Paulo Pimenta: GSI teve nove armas roubadas após vândalos terem “acesso facilitado” 

Chefe da Secom avaliou a invasão nos Três Poderes como mais grave do que o ataque ao Capitólio, nos Estados Unidos, em 2021

Paulo Pimenta é deputado federal pelo PT do Rio Grande do Sul
Foto: Arquivo

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou nesta segunda-feira que os extremistas que agiram na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, tiveram o acesso facilitado aos prédios dos Três Poderes e roubaram ao menos nove armas de choque do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

“Foi facilitado o acesso dessas pessoas na Esplanada, porque havia acordo de que essas pessoas não chegariam até a Esplanada, de que essas pessoas não chegariam até as sedes dos Poderes”, disse. Para o ministro, não havia como isso ocorrer sem algum nível de comprometimento ou de conivência por parte das autoridades.

Questionado sobre os danos causados pelos extremistas, o ministro-chefe da Secom explicou que a perícia ainda está sendo feita, mas que armas foram roubadas e extremistas já foram identificados.

“Evidentemente que está sendo feito um levantamento de patrimônio, de obras de arte que eventualmente possam ter desaparecido, documentos, HDs, armas que foram levadas da sala do do GSI. Eu pelo menos identifiquei nove armas, de choque, de uso do GSI, que estavam condicionadas em caixas. Pelo menos nove caixas ficaram vazias”, acrescentou.

Bolsonaristas contrários à vitória de Lula nas urnas furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal e invadiram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), nesse domingo, em Brasília.

Diante do cenário, o presidente da República decretou intervenção federal na segurança do Governo do Distrito Federal até o dia 31 de janeiro. O interventor escolhido por Lula é Ricardo Cappelli, atual secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Segundo Pimenta, o gabinete de Lula está intacto, já que os extremistas não conseguiram acesso por causa da segurança. Pela manhã, o presidente da República se reuniu com os demais chefes de Poderes nessa sala.

Capitólio

Na avaliação de Pimenta, a invasão de 8 de janeiro de 2023 é mais grave do que o episódio envolvendo os norte-americanos no Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Donald Trump que não também não aceitaram a derrota nas urnas lideraram o ataque.

“O que aconteceu no Brasil é mais grave do que ocorreu no Capitólio. O que nós assistimos nos Estados Unidos foi uma invasão ao Poder Legislativo. Aqui nós tivemos invasão nas sedes de todos os Poderes. Mas a pronta resposta ocorreu ontem mesmo; nós conseguimos que os três prédios fossem recuperados”, avaliou Pimenta.