Inadimplência bate recorde no estado e na capital em dezembro, aponta CDL POA

Entre novembro e dezembro, 18.813 gaúchos ingressaram no grupo, sendo 4.781 porto-alegrenses

Foto: MARCELLO CASAL - AGÊNCIA BRASIL

A parcela dos porto-alegrenses com algum tipo de limitação em crédito, cheque ou protesto somou o maior percentual (32,2%) desde fevereiro de 2022. No Rio Grande do Sul, os inadimplentes também voltaram a subir, totalizando 29,6%, patamar levemente maior do que o verificado em outubro de 2022 e também o mais alto da série. Conforme o Indicador de Inadimplência CDL POA, os níveis permaneceram acima da média nacional (29,0%) e foram obtidos a partir da base de restritivos da Boa Vista SCPC.

O Indicador mostra que a população adulta negativada alcançou 2,6 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul, e 375,1 mil em Porto Alegre. Entre novembro e dezembro, 18.813 gaúchos ingressaram no grupo, sendo 4.781 porto-alegrenses.

Segundo análise do economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, o ano de 2022 foi marcado pela tendência de crescimento dos índices de inadimplência, ainda que o movimento não tenha sido linear. O fenômeno esteve atrelado ao comportamento da Taxa Selic, que seguiu aumentando até agosto e continua elevada desde então.

“O impacto sobre os consumidores foi atenuado por conta de uma conjuntura relativamente positiva, caracterizada pela queda do desemprego; retomada da massa salarial real dos trabalhadores; intensificação das transferências de renda oriundas do governo; e cortes de impostos, como o ICMS”, diz.

No que se refere ao futuro, Frank aponta que o cenário é desafiador em virtude da desaceleração global; da menor demanda reprimida pelos setores mais afetados pela pandemia; do uso de fração relevante da poupança constituída desde o começo do distanciamento social; da sustentação dos juros em patamares altos; e de uma possível estiagem da safra de grãos de verão no Rio Grande do Sul. “