Governo tenta antecipar mais de 7 milhões de doses para vacinação infantil contra a Covid-19

Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente afirmou que, neste momento, não há estoque disponível para bebês a partir de 6 meses e crianças até 11 anos de idade

Foto: Alina Souza/CP

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou nesta sexta-feira que a pasta negocia com a farmacêutica Pfizer a possível antecipação de pedidos de 7,7 milhões de doses de vacinas pediátricas contra a Covid-19.

“A gente herdou o contrato passado da Pfizer. Nós não temos doses agora. A previsão é de entrega no fim de janeiro. Vamos negociar para tentar antecipar”, afirmou Ethel em entrevista coletiva.

Ainda no término de 2022, o Ministério da Saúde informou detalhes da compra de mais de 60 milhões de vacinas contra a Covid-19 da Pfizer, que atingiram um total de 150 milhões, dos quais 81 milhões já foram entregues no ano passado.

Para 2023, até o segundo trimestre, 69 milhões de doses remanescentes devem ser entregues. Esse número abrange vacinas bivalentes (protegem contra a cepa original e a Ômicron), para pessoas acima de 12 anos, e imunizantes monovalentes (protegem contra a cepa original), para crianças de 6 meses a 11 anos de idade.

Não há estoque disponível neste momento para duas faixas etárias pediátricas: de 6 meses a 4 anos e de 5 anos a 11. Segundo Ethel, são 3,2 milhões de doses esperadas para o primeiro grupo e 4,5 milhões para o segundo.

No fim de dezembro, o Ministério da Saúde liberou a vacinação para crianças de 6 meses a 4 anos sem comorbidades. Já no começo da nova gestão, a Pasta autorizou também a dose de reforço para o público de 5 a 11 anos de idade. Entretanto, a falta de imunizantes da Pfizer, o único utilizado para essas duas finalidades, trava o avanço da vacinação. Está também nos planos do ministério uma campanha para que maiores de 12 anos completem o esquema vacinal, incluindo a dose de reforço.

De acordo com Ethel, cerca de 80% da população tomou as duas doses, mas o reforço não chega a 50% de cobertura. O momento exige atenção, já que variante do coronavírusl chamada Kraken já circula no Brasil. Classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a mais transmissível já detectada até agora, essa mutação vem aumentando o número de internações nos Estados Unidos.

Ainda não há indícios de que ela provoque quadros mais graves de Covid-19 em pessoas que completaram o esquema vacinal. Por outro lado, a preocupação ocorre justamente com aqueles que não tomaram as doses de reforço, incluindo idosos e pessoas com comorbidades.