Estiagem: cidades banhadas pelos rios dos Sinos e Gravataí temem desabastecimento

Municípios como São Leopoldo e Novo Hamburgo apelam por economia de água

Foto: Prefeitura de Gravataí/Divulgação

A estiagem, que já levou 44 municípios gaúchos a decretarem situação de emergência, também deixa Porto Alegre e as cidades próximas em alerta quanto ao abastecimento de água. Na Capital, as zonas Sul e Leste vêm sofrendo com interrupções desde o Natal, em razão da baixa no nível do lago Guaíba. O problema afeta, principalmente, os moradores que recebem a água captada na região do bairro Belém Novo.

Já na Região Metropolitana, o problema se concentra, principalmente, nas bacias dos rios dos Sinos e Gravataí. No município de Gravataí, por exemplo, a condição já é considerada crítica. O nível da água junto à estação de tratamento é de 30 centímetros – sendo que o alerta é dado na marca de 50 centímetros. Para a prefeitura, cerca de 150 mil pessoas correm o risco de ficar sem água a curto prazo.

A prefeitura da cidade aponta a abertura da barragem do Incra, localizada em Viamão, como uma possível solução emergencial para a crise. “Se persistir a seca, teremos de utilizar alternativas de compra de água como plano de contingência, que é a aquisição de água de alguns açudes particulares, que não devem se manter por muito tempo”, explica o gerente da Corsan em Gravataí, Ramos Volnei Modinger.

Viamão e Alvorada, que também são abastecidas pelo rio Gravataí, têm panorama mais favorável. As administrações dos municípios ressaltam que o contato com a Corsan, empresa responsável pelo tratamento de água na região, é permanente. No entanto, até o momento, não foi identificada a necessidade de racionar o uso de água – e, tampouco, o risco de desabastecimento à população.

Sinos tem situação pior que a de 2022

Em Novo Hamburgo e São Leopoldo, cidades banhadas pelo rio dos Sinos, as condições são melhores desde a chuva que caiu sobre a região na quarta-feira. Ainda assim, em razão da previsão de aumento do consumo de água no verão, as autarquias municipais responsáveis pelo tratamento e distribuição de água orientam a população sobre a necessidade do uso racional de recursos até o fim do período de estiagem.

O alerta veio no início da semana, quando parte dos moradores de Novo Hamburgo ficou com as torneiras secas em razão do aumento do acúmulo de resíduos no leito do rio. Por outro lado, em Campo Bom e Canoas, a situação é considerada tranquila. Em 2022, a Estação Pluviométrica do Paquetá marcava 57 cm de profundidade nesta época do ano – 10cm a mais do que o registrado em 2023.

“A Corsan informou que esses números não significam um alerta e nem uma preocupação. Estamos monitorando constantemente o nível do Rio do Sinos. Caso seja necessário, comunicaremos a população”, explica o diretor da Defesa Civil de Canoas, Daniel Sousa. A expectativa é de que a chuva aumente na metade Norte do Estado, o que pode melhorar o nível dos rios, já que as nascentes estão nesta região.