Caxias do Sul registra segundo feminicídio do ano

Homem matou a companheira com golpes de machado

Instituto-Geral de Perícias (IGP) foi acionado para coletar provas do crime | Foto: Ascom/ IGP/ CP

Os crimes de violência contra as mulheres em Caxias do Sul vêm crescendo desde o início do ano. Na madrugada desta sexta-feira, um homem matou a companheira a golpes de machado. Conforme a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), o taxista João Batista Silveira de Souza, 58, assassinou a esposa Juliana Denise Ferreira, 39, que estava grávida, na residência do casal, localizada na rua Tucano, no bairro Cruzeiro. Em seguida, o autor do crime tirou a própria vida.

É o segundo feminicídio registrado na cidade este ano. O primeiro foi da jovem Naiara Ketlin Pereira Maricá, morta na madrugada de Réveillon. De acordo com o delegado plantonista Rodrigo Bernardes de Assis, da DPPA de Caxias do Sul, antes de atentar contra a própria vida, o homem espalhou diversos bilhetes sobre a mesa e no quarto do casal destinados a familiares. Conforme Assis, a vítima foi morta com golpes na cabeça. “Verificamos que ela estava com volume muito grande no abdômen, aparentando estar em estado de gestação avançado”, afirma.

Assis afirma que não existem elementos que indiquem a participação de outra pessoa no crime. “Tudo foi feito de maneira muito própria pelo autor”, destaca. O casal estaria junto há cerca de oito meses. “Chama atenção pela forma, pelo modus operandi da matança. E nesse caso pela covardia também em razão dele ter se matado logo após o crime. Foi premeditado, porque ele não seria preso, não seria responsável e a carta dele ainda botava a culpa na vítima”, completa. “Ele deixou vários bilhetes para familiares locais, se desculpando e se despedindo”, ressalta.

A proximidade dos crimes de violência contra as mulheres deixa a polícia em alerta. Na terça-feira, policiais da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) prenderam preventivamente um homem suspeito de estuprar e matar Naiara Ketlein Pereira Maricá, no dia 1 de janeiro, em Caxias do Sul. “São casos que realmente chamam atenção pela proximidade deles”, destaca.