O almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen tomou posse, nesta quinta-feira, como comandante da Marinha no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pela primeira vez desde o processo de redemocratização, a cerimônia não contou com a participação do antecessor para a troca de cargo.
O comandante anterior da Marinha, Almir Garnier Santos, escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), faltou ao evento. A ausência causou um clima de mal-estar institucional e aliados do novo governo temem uma polarização interna ainda maior.
Apesar de não ter comparecido à cerimônia, Garnier gravou um áudio, reproduzido durante a posse. Nele, o ex-comandante desejou sucesso a Olsen, saudou a instituição e mandou lembranças ao novo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. A aliados, o ex-comandante, considerado o mais próximo a Bolsonaro entre os líderes das Forças Armadas, já tinha avisado que não pretendia participar da troca.
Discurso de posse
O novo comandante da Marinha expressou, durante o discurso de posse, notória gratidão a Lula pela nomeação. Também agradeceu ao ministro da Defesa, a quem prometeu “lealdade, comprometimento, disponibilidade e diligência na condução da Força Naval”.
Agora, a orientação do ministério da Defesa é apaziguar os ânimos e buscar a construção de um ambiente mais neutro. Em discurso, Múcio ressaltou que a Marinha é uma instituição de Estado e a responsabilidade do novo comandante consiste em “defender a nossa pátria e assegurar a soberania brasileira em terra ou no mar”.
Olsen destacou os desafios à frente da Marinha e disse estar “convicto da magnitude da responsabilidade e complexidade dos desafios que se impõem”.