Diesel e botijão de gás ficaram mais caros no governo Bolsonaro

Dieesel subiu 43,3% em quatro anos e gás de cozinha, 24.2%

Foto: Alina Souza / CP Memória

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro sempre destacou como um dos ganhos de sua gestão a redução dos preços dos combustíveis, principalmente a partir da fixação de um teto para o ICMS cobrado no preço da gasolina, que fechou o ano mais barata que dezembro de 2018, e derivados, além de energia elétrica, transporte, telefonia, entre outros. Entretanto, mesmo com cortes de impostos federais e estaduais, os preços do diesel e do botijão de gás dispararam nos quatro anos do governo Jair Bolsonaro, que se encerram neste sábado, 31.

Segundo o último levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgada na última sexta-feira, 30, o preço médio da gasolina nos postos brasileiros encerra o ano em R$ 4,96 por litro. É um valor 9,5% menor do que os R$ 5,48 vigentes na última semana de dezembro de 2018, em valores corrigidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerada a inflação oficial do país. Em 2022, no entanto, o combustível teve um recuo acentuado, de 25,1% – o preço médio do litro da gasolina encontrado pela ANP no final de 2021 foi de R$ 6,626.

DIESEL E GLP

De acordo com a ANP, o litro do diesel foi vendido esta semana a R$ 6,25, queda de 0,4% em relação à semana anterior e 43,3% acima dos R$ 4,36 vigentes na semana anterior ao início do mandato de Bolsonaro. Naquele período, o valor era subsidiado pelo governo, como acordo para encerrar a greve dos caminhoneiros. Em janeiro de 2019, com o fim do subsídio, a Petrobras elevou o preço em R$ 0,05 por litro em suas refinarias, mas não houve repasse significativo às bombas.

Já o botijão de gás de 13 quilos, que tem preço médio de R$ 108,64 no país, custava R$ 87,44, em valor corrigido pelo IPCA na última semana de dezembro de 2018. Teve, portanto, uma alta de 24,2% durante o governo Bolsonaro.

Outro combustível que teve forte alta no período foi o GNV (gás natural veicular), que passou de R$ 3,85 para R$ 4,72 por metro cúbico, alta de 22,5%.

Os aumentos são justificados pela alta dos preços dos combustíveis, aliada à política de preços da paridade em relação ao mercado internacional, que deve ser revista pelo novo governo. Ao fim de 2018, o petróleo Brent, referência internacional negociada em Londres, era negociado na casa dos US$ 55 por barril, mas fechou a cotação da última sexta-feira acima dos US$ 83. No primeiro semestre, entretanto, chegou a ser negociado acima dos US$ 100 como reflexo da invasão russa à Ucrânia.

Mas a taxa de câmbio também influenciou: a cotação do dólar fechou 2018 em R$ 3,87, o equivalente hoje a R$ 4,89 quando corrigido pelo IPCA. Nesta quinta-feira, último pregão de 2022, fechou a R$ 5,28.