Presidente do STF pede informações a Bolsonaro sobre indulto natalino

Rosa Weber concedeu 48 horas para a resposta

Foto: Rosinei Coutinho / SCO / STF / CP

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, concedeu prazo de 48 horas para o presidente Jair Bolsonaro e a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestarem sobre o decreto presidencial de indulto natalino deste ano.

Na terça, a Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade para questionar dispositivos do decreto, que podem beneficiar policiais militares condenados pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, em São Paulo. À época, 111 detentos foram mortos na invasão da Polícia Militar para conter a rebelião no presídio. O indulto significa o perdão da pena.

Após receber as manifestações, a ministra deve analisar o pedido de suspensão parcial do indulto. O pedido de informações é medida de praxe que antecede a análise de um processo.

Ao recorrer ao Supremo para suspender o indulto, o procurador-geral da República, Augusto Aras, sustentou que o decreto é inconstitucional.

“O artigo 6º do Decreto 11.302.2022, ao permitir, especificamente no caso do massacre do Carandiru, que os policiais militares condenados sejam beneficiados com o indulto natalino, afronta a dignidade humana e princípios basilares e comezinhos do direito internacional público, apresentando-se como afronta às decisões de órgãos de monitoramento e de controle internacionais relativos a direitos humanos, sendo capaz de ocasionar a responsabilização do Brasil por violações a direitos humanos”, afirmou Aras.

Não há prazo para p julgamento da ação.