Justiça do Peru confirma prisão de 18 meses para Pedro Castillo

Detido, ex-presidente tentou autogolpe de Estado com o fechamento do Congresso

Foto: Governo do Peru/Divulgação

Um tribunal do Peru ratificou, nesta quinta-feira, a prisão preventiva de 18 meses para o ex-presidente Pedro Castillo, que segue detido em uma prisão policial após a tentativa fracassada de dar um autogolpe de Estado, em 7 de dezembro.

“A Corte Suprema ratificou a resolução que determinou 18 meses de prisão preventiva contra o ex-presidente Pedro Castillo, investigado pelo crime de rebelião (alternativamente, conspiração para rebelião) em agravo ao Estado”, indicou o Poder Judiciário no Twitter, nesta quinta.

A ordem de prisão para Castillo já havia sido emitida por um tribunal em 15 de dezembro, mas a defesa do ex-presidente recorreu e pediu a revogação da medida, por considerá-la injusta.

Castillo, um professor rural e líder sindical de esquerda, disse estar incomunicável e pediu ao juiz autorização de acesso a um telefone para conversar com a esposa e os dois filhos, que partiram para o exílio no México na semana passada.

O ex-presidente, destituído constitucionalmente pelo Congresso, está recluso sob condições legais e sem complicações físicas, segundo a Defensoria do Povo, que o visitou há uma semana junto de uma equipe da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Castillo, de 53 anos, é investigado pelos crimes de rebelião e conspiração por tentar fechar o Congresso, intervir nos poderes e governar por decreto, uma manobra que não teve respaldo institucional.

A polícia o prendeu horas depois da destituição do ex-presidente, quando ele seguia rumo à embaixada do México para pedir asilo. A vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o governo.

A queda de Castillo provocou protestos violentos que já deixaram 22 mortos e mais de 600 feridos em enfrentamentos com as forças de segurança. Os manifestantes pedem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições para 2023. Em uma tentativa de mitigar a crise, há uma semana o Congresso aprovou antecipar o pleito de 2026 para abril de 2024.

*Com informações da Agência France Presse (AFP)