Telessaúde vira lei no Brasil e permite atendimento médico remoto

Legislação abrange todas as profissões da área da saúde, desde que regulamentadas pelo Executivo federal

Foto: Mauro Schaefer/CP

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, nesta quarta-feira, o projeto de lei que regulamenta a prática de telessaúde. Com isso, o atendimento remoto de médicos vira lei em todo o território nacional. O objetivo é intensificar o acompanhamento de pacientes mesmo a distância, para ampliar o acesso da população a consultas e atendimentos de saúde.

“A telemedicina aparece como alternativa para permitir o acesso de mais pacientes ao sistema de saúde (público ou privado), otimizar a utilização de mão de obra especializada, evitar desperdício de recursos, intensificar o acompanhamento remoto de pacientes e facilitar triagens para evitar superlotação desnecessária”, enumera a proposta.

A legislação abrange todas as profissões da área da saúde, desde que regulamentadas pelo Executivo federal. Apesar da ampliação da modalidade de atendimento, a lei garante atendimento presencial sempre que solicitado pelo médico ou pelo paciente.

Uma novidade em relação ao atendimento presencial é que, exclusivamente na telessaúde, o profissional não precisa de uma inscrição secundária ou complementar para exercer a profissão em outra unidade federativa.

Por outro lado, clínicas ou empresas intermediadoras de serviços médicos precisarão estar registradas para o exercício da telemedicina.

A prática de telessaúde pressupõe confidencialidade dos dados, responsabilidade digital e transmissão segura de informações de saúde. Fica sob a responsabilidade dos conselhos federais de cada área da saúde fiscalizar e normatizar as atividades remotas, de forma a fazer cumprir o que determina a lei.

Veto
Na mesma edição do DOU, Jair Bolsonaro (PL) vetou o projeto de lei que determina ao Sistema Único de Saúde (SUS) oferecer prótese cardíaca por cateter no SUS. A legislação buscou atender pessoas que possuem contraindicação à cirurgia convencional.

Para vetar, o presidente argumentou que a lei não cumpria com o rito de incorporação de tecnologias em saúde. Outro motivo apontado é a já existência do procedimento de implante transcateter de válvula aórtica pelo SUS.

O projeto de lei retorna para o Congresso, que pode derrubar o veto presidencial.