Zona Sul de Porto Alegre volta a ficar sem água neste domingo em razão do nível do Guaíba

Previsão é de que os serviços sejam normalizados ao longo do dia

Foto: Agência Brasil

O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informou, neste domingo (25), que boa parte dos moradores da zona Sul de Porto Alegre está sem água em razão do baixo nível do Lago Guaíba. Ao todo, seis estações de bombeamento que integram o sistema Belém Novo estão inoperantes. O órgão, responsável pelo tratamento e distribuição de água na Capital, ressalta que a situação foi agravada pelo excesso de consumo.

Ao menos 16 bairros são afetados: Aberta dos Morros, Belém Novo, Boa Vista do Sul, Campo Novo, Chapéu do Sol, Extrema, Hípica, Ipanema (parcialmente), Lageado, Lamí, Lomba do Pinheiro, Pitinga, Ponta Grossa, Quirinas, Restinga, São Caetano. A previsão é de que os serviços – restabelecidos na noite da véspera do Natal, após um dia marcado por instabilidade – sejam normalizados ao longo do dia.

A redução do nível do Guaíba trouxe consigo o excesso de turbidez. Conforme o Dmae, os níveis estão em 96 Unidade Nefelométrica de Turbidez (NTUs). O padrão para conseguir manter a qualidade no tratamento e a potabilidade fica entre 20 e 35 NTUs. “Seguimos monitorando as condições do lago e contamos com o apoio da população para economizar neste período”, pede o diretor-geral do órgão, Alexandre Garcia.

De acordo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o nível do manancial de captação de água bruta do Guaíba está em quatro centímetros, muito abaixo da média para essa época do ano. A condição dos ventos também é um fator incomum para essa época, afetando diretamente o lago. O Dmae tem equipes de plantão à disposição e caminhões-pipa para auxiliar a população que está sem água neste feriado.

Problema histórico

Quando o sistema de distribuição Belém Novo foi construído, na década 1980, a produção de água bruta da Estação de Tratamento de Água (ETA) Belém Novo era de 300 litros de água por segundo. Com o aumento populacional da região, foi necessário aumentar a vazão para 1.200 litros por segundo. Entretanto, como os pontos de captação ficam em uma região de enseada, há dificuldade de atender à demanda.

Em períodos de estiagem, os equipamentos instalados no Extremo Sul de Porto Alegre acabam captando muito lodo. Isso ocasiona problemas no tratamento e, por consequência, o desabastecimento da região. Ainda conforme o Dmae, demais estações de tratamento de água da Capital estão localizadas em pontos estratégicos, escapando dos problemas de turbidez enfrentados na região.