Oito em cada dez internações por complicação respiratória no Brasil decorrem da Covid-19

País vive aumento do número de infecções e mortes pela doença, com patamares semelhantes aos observados no meio do ano

Foto: Fabiano do Amaral / CP

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, nesta quinta-feira, dados atualizados das internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no país em que mostra a predominância da Covid-19. Segundo o boletim InfoGripe, de todas as internações por complicação respiratória ocorridas entre 11 e 17 de dezembro, 80,2% eram de pessoas com Covid-19. O restante se dividia entre vírus sincicial respiratório (8,3%), que atinge majoritariamente bebês e crianças; influenza A (1,7%); e influenza B (0,7%).

Um padrão semelhante é observado em relação aos casos que evoluíram para óbito no período. O vírus sincicial respiratório “mantém presença expressiva nas crianças de zero a quatro anos, além de apresentar retomada do crescimento nesse público nos três estados da região Sul e no DF”, menciona o boletim.

De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), nessa quarta-feira, a média móvel de novos casos de Covid-19 no país era de 41.861 por dia, o patamar mais elevado desde meados de julho deste ano. Já a média móvel diária de mortes causadas pela doença atingiu 145, o número mais alto desde o fim de agosto.

Apesar de os números serem semelhantes aos observados na metade do ano – sem que isso tenha sido considerado uma onda tão significativa –, especialistas temem que as reuniões sociais e viagens de fim de ano possam aumentar a quantidade de pessoas infectadas.

O coordenador do InfoGripe, o pesquisador Marcelo Gomes, recomenda a manutenção das medidas preventivas individuais “especialmente para pessoas com maior risco de desenvolver casos graves”. Dentre as orientações, o uso de máscaras em locais com aglomeração de pessoas, incluindo o transporte público.

Cabe ressaltar ainda que as principais vítimas de internações e óbitos pela Covid-19 neste ano vêm sendo idosos e indivíduos com alguma imunossupressão. Mas também há casos de pessoas entre 31 e 40 anos que evoluem mal, especialmente devido ao esquema vacinal incompleto.