Prefeitura de Porto Alegre não cogita ampliar locais com uso obrigatório de máscara

De acordo com a SMS, somente 65% das pessoas acima de 18 anos de idade tomaram a terceira dose, enquanto só 28,4% procuraram pela quarta dose.

Foto: Guilherme Almeida/CP

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre não cogita, por ora, ampliar o número de locais onde é obrigatório o uso de máscaras, após publicar normativa estabelecendo o retorno da obrigatoriedade em áreas assistenciais dos hospitais públicos e privados, pronto atendimentos, unidades de saúde e instituições de longa permanência de idosos da capital. A medida, válida desde essa terça-feira, é celebrada pelos especialistas diante do aumento de casos de Covid-19 e a vacinação ainda insuficiente na população em geral.

Para o virologista, professor da Feevale e coordenador da Rede Corona-Ômica BR-MCTI, Fernando Spilki, a recomendação pode ser, inclusive, seguida por outros municípios. “Estamos no terceiro ano com elevação de casos nesta época. Única surpresa é se, neste ano, não se estender em níveis altos ao longo do verão, e se elevar ainda mais ao longo de fevereiro, como já se repetiu”, relembra.

A Prefeitura justifica a volta da medida a uma série de fatores: aumento da circulação viral, de novas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com Covid-19 e da demanda de sintomáticos junto aos serviços de atenção à saúde, além de novos surtos da doença. Mas tão ou mais preocupante é a vacinação insuficiente. De acordo com a SMS, somente 65% das pessoas acima de 18 anos de idade tomaram a terceira dose, enquanto só 28,4% procuraram pela quarta dose.

De acordo com a coordenadora da Atenção Primária à Saúde da SMS, Caroline Schirmer, a maior curiosidade da população relacionada à vacina, segundo ela, é sobre a bivalente, que chegou ao Brasil há cerca de duas semanas, e que protege contra a variante original e a BA.1 da ômicron, e que, ao menos na teoria, pode ajudar a frear eventuais novas ondas no público em geral.

“Se a pessoa tiver muitas comorbidades, não vale a pena esperar chegar na bivalente. É muito melhor que faça a quarta dose agora”, confirma o chefe do serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Eduardo Sprinz.

*Com informações do repórter Felipe Faleiro/Correio do Povo