O início da greve dos aeronautas não causou atrasos e cancelamentos no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, nesta segunda-feira (19). Até às 8h, horário previsto para o fim do ato, o painel eletrônico da Fraport, empresa responsável pelo terminal, indicava que todas as viagens estavam ocorrendo normalmente.
Além do principal terminal aéreo gaúcho, a paralisação da categoria acontece nos aeroportos de São Paulo, Guarulhos, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza. A categoria, representada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), reivindica reajustes salariais e melhores condições de trabalho.
“Queremos que as empresas respeitem os horários dos funcionários. Hoje, temos as escalas de folga alteradas conforme o desejo das companhias. Isso causa um grande desconforto. Também queremos escalas mais produtivas. Muitas vezes ficamos seis horas sentados, esperando para decolar”, explica o diretor do SNA, Ondino Dutra.
O impacto da greve nos voos foi minimizado por uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determinou a manutenção de 90% dos profissionais em serviço. No domingo, o sindicato recusou a proposta de correção salarial pelo índice da inflação e aumento real de 0,5% sobre diárias nacionais, piso, seguro, multas e vale-alimentação.
“Qualquer passageiro sabe que o preço das passagens está nas alturas. Este comportamento abusivo das empresas não aparece somente aí. Ele também se aplica sobre os tripulantes. O contexto das empresas, hoje, é de retomada plena e lucro ainda maior do que antes da pandemia”, argumenta Dutra.
A categoria dos aeronautas compreende todos os profissionais que atuam dentro das aeronaves. Ou seja: pilotos, co-pilotos, comissários, mecânicos de vôo, navegadores e radioperadores. Conforme o SNA, a greve que teve início nesta segunda-feira foi aprovada em assembleia e vai se estender por tempo indeterminado.
Contraponto
Duas das três empresas que operam voos comerciais domésticos no Brasil se manifestaram sobre o movimento. A Latam informou, em nota, que “negocia com o SNA, desde setembro, o novo acordo coletivo de trabalho”. Já a Gol informou que “acompanha todos os movimentos da greve” e lembrou a determinação do TST.