Dados mais recentes mostram que a melhora do cenário de inflação no país, iniciada no segundo semestre do ano, vem se mantendo nos últimos meses, com forte queda dos preços administrados e recuo menor dos preços livres. A expectativa consta da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quinta-feira, 15. Conforme o documento, após registrar alta de 11,9%, no acumulado em 12 meses, em junho, a inflação medida pelo IPCA veio desacelerando fazendo com que, em novembro, esta variação já havia recuado para 5,9%.
No acumulado do ano, até novembro, a variação registrada pelo IPCA, de 5,1%, reflete, em grande parte, a queda de 4,1% dos preços administrados, especialmente da gasolina (-25%) e da energia elétrica (-19,2%). Conforme o instituto, além da incidência de uma alíquota menor do ICMS, a redução dos preços das commodities energéticas no mercado internacional e o aumento no nível dos reservatórios explicam, em grande parte, o comportamento dos preços destes bens e serviços em 2022.
No caso dos preços livres, verifica-se que, embora em desaceleração, a melhora no desempenho deste grupo deve-se apenas ao comportamento mais benevolente dos bens industriais, tendo em vista que tanto os alimentos no domicílio quanto os serviços livres apresentam trajetória de alta ao longo do ano. Por certo, mesmo apontando uma variação ainda elevada em 2022 – 8,3%, no acumulado de janeiro a novembro –, a alta dos bens industriais é 2,1 pontos percentuais (pontos percentuais) menor que a observada no mesmo período de 2021. Em contrapartida, a inflação acumulada no ano dos alimentos no domicílio e dos serviços livres registra variações de 12,4% e 7,1%, respectivamente, alcançando patamares bem acima dos verificados em 2021 (7,4% e 3,9%, nesta mesma ordem).