IBGE aponta que maioria das indústrias fará investimentos em P&D em 2023

Para o próximo ano, 58,4% esperam aumentar seus dispêndios em P&D em relação ae este ano

Crédito: Divulgação/CNI

Em 2021, a taxa de inovação no Brasil foi de 70,5%, percentual relativo às empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas que lançaram um produto ou implementaram um processo de negócios novos ou substancialmente aprimorados. Dessas, 37,8% lançaram produtos e implementaram processo de negócios novos; 20% implementaram só novos processos de negócios; e 12,7% lançaram somente novos produtos. Por faixa de pessoal ocupado, as empresas de maior porte são as mais inovadoras: as que têm 500 ou mais pessoas ocupadas têm taxa de 76,7%; as de 250 a 499, 75,3%; índice que cai para 66,6% na faixa de 100 a 249.

Os dados fazem parte da Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec Semestral) 2021: Indicadores Básicos, investigação inédita que traz novos dados sobre inovação e temas correlatos e lançada nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE). A pesquisa investigou uma amostra de 1.454 empresas de médio e grande portes – acima de 100 pessoas ocupadas – das indústrias de transformação e extrativas, de um universo de 9.408 companhias com esse perfil. Para 2023, 58,4% esperam aumentar seus dispêndios em P&D em relação a 2022, e 41,4% pretendem manter. Só 0,2% têm intenção de diminuir.

A primeira edição da PINTEC Semestral 2021 traz resultados para indicadores básicos de inovação, referentes ao ano de 2021, para o universo das empresas com 100 ou mais pessoas ocupadas da indústria brasileira. De acordo com o coordenador de Estatísticas Estruturais e Temáticas do IBGE, Alessandro Pinheiro, a nova PINTEC segue metodologia internacional e cobre lacunas fundamentais.

MAIS INVESTIMENTOS EM 2023

Dentre as empresas inovadoras, quase 60% pretendiam manter os dispêndios em P&D em 2022, e 37,0% iriam aumentar em relação a 2021. Apenas 3,2% esperavam diminuição.  Para 2023, a expectativa é ainda mais otimista: 58,4% esperam aumentar seus dispêndios em P&D em relação a 2022, e 41,4% pretendem manter. Só 0,2% têm intenção de diminuir.

Entre as empresas não inovadoras, 84,4% não pretendem realizar dispêndios em P&D em 2022. No entanto, para 2023, 30,3% esperam aumentar os gastos na área. Para 59,1% das empresas, houve obstáculos para inovar, sendo os principais a instabilidade econômica (57,1%), o acirramento da concorrência (53,0%) e a capacidade limitada de recursos internos (50,5%). Outras dificuldades incluem escassez de recursos públicos, mudanças nas prioridades estratégicas, baixa atratividade da demanda, dificuldade em estabelecer parcerias e limitações tecnológicas externas à empresa.

Mais da metade (52,7%) das empresas inovadoras mantiveram suas atividades de inovação durante a pandemia; sendo que o percentual chegou a 85,7% no setor farmoquímico e farmacêutico e a 95,6% das indústrias extrativas. Apenas 32,6% das empresas inovadoras desaceleraram as atividades de inovação, e 4,4% descontinuaram.