Praias e balneários gaúchos terão defasagem de salva vidas no fim do ano

Guarda vidas civis devem assumir os postos somente na metade de janeiro; 64 guaritas devem ficar vazias até lá

Presidente da Abrasvic, Marco Aurelio Montemezzo Vargas. Foto; Ricardo Giusti/CP

As praias do litoral gaúcho e balneários no interior contarão com menos salva vidas do que o habitual neste fim de ano. De 212 guaritas no Estado, somente 148 abrigarão guarda vidas, sendo 125 no litoral Norte, 15 no litoral Sul e oito em águas abrigadas, de acordo com a Associação Brasileira dos Salva-Vidas Civis (Abrasvic).

Apenas guarda vidas militares estarão disponíveis visto que, conforme o edital publicado pelo governo do Estado, guarda vidas civis só poderão participar da recertificação – procedimento anual necessário para atuação no cargo – em 2 de janeiro. Eles devem assumir o posto apenas ao final da recertificação, que dura cinco dias, e do período para o lançamento de recursos administrativos, que dura mais três. Além disso, é preciso aguardar a publicação dos aprovados no Diário Oficial do Estado (DOE). Portanto, a previsão é que os guarda vidas civis estejam nas guaritas a partir de 15 de janeiro.

“É uma defasagem de 45% de efetivo em relação ao ano passado. Para ser bem franco, vai morrer gente [banhistas], o que não queremos”, alerta o presidente da Abrasvic, Marco Aurelio Montemezzo Vargas. Buscando uma solução para o problema, a Abrasvic se reuniu com representantes do Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS), nessa terça-feira. “Ouvimos os anseios dos guarda vidas civis temporários, compreendemos as reivindicações, mas não é possível alterar as fases do processo seletivo, estabelecido por edital”, afirmou o tenente coronel e coordenador da Operação Verão, Isandré Antunes.

“Infelizmente, não foi possível antecipar o edital ou realizar o processo de contratação de forma precoce em razão da lei anterior ter expirado em 2021. Assim, o CBMRS, precisou aguardar a votação da lei e aprovação que só aconteceu em novembro de 2022”, reitera Antunes. Sobre as guaritas que ficarão, na virada de ano, sem guarda vidas, o militar pede a colaboração da população. “Nesse sentido, é necessário que as pessoas busquem locais protegidos, com a presença de guarda-vidas… O CBMRS vai divulgar nos próximos dias no site da corporação e junto a todos os canais de mídia, os locais onde teremos guarda-vidas de forma permanente, para que a população saiba onde buscar um lazer com segurança.”

Outra questão que preocupa a Abrasvic é o pagamento dos guarda vidas civis. A inserção dos nomes no portal de recursos humanos do Estado deve se dar apenas depois do dia 15 de janeiro. “Então, vai acabar caindo para a folha de fevereiro e recebendo somente em início de março de 2023”, prevê Montemezzo. “Muita gente larga seu emprego para trabalhar na Operação Verão como guarda vidas e agora está sem perspectiva”, lamenta.