Inflação desacelera em todas as faixas de renda em novembro, mostra Ipea

Índice variou entre 0,27% para o segmento de renda alta e 0,49% para a classe de renda média-alta

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O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra desaceleração da inflação, em novembro, na comparação com o mês anterior, para todas as faixas de renda. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 14, pelo Ipea e, de acordo com os dados apurados, a inflação variou entre 0,27% para o segmento de renda alta e 0,49% para a classe de renda média-alta. No acumulado do ano, até novembro, a inflação registra altas que variam de 4,87% (renda média-baixa) a 6,27% (renda alta). Já no acumulado em 12 meses, a classe de renda média-baixa aponta a menor taxa de inflação (5,63%), enquanto a maior é observada na faixa de renda alta (7,14%).​

Em novembro, as maiores contribuições à inflação vieram de segmentos diferentes entre as diversas classes de renda. Para a faixa de renda muito baixa, os pontos de maior pressão inflacionária vieram do grupo alimentação e bebidas, seguido pela habitação. Já para as quatros faixas de renda intermediárias, o maior impacto veio do grupo transportes. No caso da classe de renda alta, além dos alimentos, o grupo saúde também pressionou a alta dos preços destas famílias.

Em relação ao caso do grupo alimentos e bebidas, mesmo diante da queda nos preços de leites e derivados (-3,3%) e de aves e ovos (-0,51%), os aumentos dos tubérculos (10,1%), dos cereais (0,97%), das frutas (2,9%), dos farináceos (1,1%) e dos panificados (0,73%) contribuíram para elevar a inflação de novembro, sobretudo para as famílias de menor poder aquisitivo.

Ainda para o segmento das famílias de menor renda, os reajustes dos aluguéis (0,80%) e da energia elétrica (0,56%) explicam o impacto inflacionário causado pelo grupo habitação. No caso dos transportes, o principal ponto de pressão veio da alta dos combustíveis, especialmente da gasolina (3,0%) e do etanol (7,6%), cujo impacto foi relativamente maior para as famílias de renda média, pois o peso desse item em suas cestas de consumo.

Para a classe de renda alta, além do peso um pouco menor dos combustíveis, a queda das passagens aéreas (-9,8%) e das tarifas de transporte por aplicativo (-1,5%) contribuiu para aliviar a pressão inflacionária exercida pelo grupo transportes. Ainda em relação à classe de renda alta, observa-se que, mesmo diante das deflações dos produtos farmacêuticos (-0,16%) e dos artigos de higiene (-0,98%), o aumento de 1,2% dos planos de saúde fez com que, ao contrário do ocorrido nos segmentos de renda mais baixa, o grupo saúde exercesse contribuição inflacionária altista em novembro.