O aumento das internações e de casos confirmados para a Covid-19 voltou a ligar o sinal de alerta no Rio Grande do Sul. Com 32.354 diagnósticos positivos para doença em apenas 14 dias, dezembro já registra o maior número de casos do novo coronavírus desde agosto deste ano, quando a Secretaria Estadual da Saúde (SES) contabilizou 52.535. Em duas semanas, o Estado registra crescimento de 69,6% em internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Na manhã desta quarta-feira, havia 78 pacientes internados em leitos de terapia intensiva por conta da doença, 32 casos a mais em relação a 14 dias atrás.
Ao analisar o cenário da doença no RS e o impacto provocado pela circulação da subvariante BQ.1 da Ômicron, o chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Eduardo Sprinz, se mostrou taxativo, em entrevista ao Correio do Povo. O especialista disse estar certo de que uma nova onda da doença já acontece e que isso era esperado. Ele ainda salienta que, com os autotestes, a taxa de subnotificação também cresce. Para Sprintz, o cenário resulta dos efeitos provocados pela subvariante BQ.1, da Ômicron.
O especialista reforça a importância de a população concluir o esquema vacinal e lembra que boa parte dos gaúchos tomou apenas duas doses da vacina. Para Sprinz, a nova onda surgiu em novembro e deve durar até a primeira quinzena de janeiro, principalmente por conta das aglomerações e festividades de fim de ano.
Em novembro, a SES contabilizou 66 óbitos por Covid-19. Em dezembro já foram 50 mortes. Além da vacinação, Sprinz enfatiza que o uso de máscara previne a transmissão da doença principalmente a idosos e pessoas com comorbidade.