Caso Eliseu Santos: mais três acusados sentam no banco dos réus nesta segunda-feira

Conforme o MP, réus faziam parte de esquema descoberto pela vítima

Eliseu Santos foi secretário da Saúde. Foto: Lívia Stumpf/Câmara Municipal de Porto Alegre

O destino de mais três acusados no caso do assassinato do ex-secretário de Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, será definido nesta segunda-feira (12) em julgamento na 1ª Vara do Júri. Desta vez, sentam no banco dos réus o ex-assessor jurídico da pasta, Marco Antônio de Souza Bernardes; o enteado dele, Cássio Medeiros de Abreu; e o ex-presidente do PTB na Capital, legenda da qual a vítima fazia parte, José Carlos Elmer Brack.

Conforme o Ministério Público, eles faziam parte do esquema de corrupção descoberto por Eliseu antes de sua morte. A fraude envolvia a empresa Reação, que fazia a segurança dos postos de saúde de Porto Alegre e teve os dois proprietários condenados por participação no homicídio do secretário. A companhia pagava propina aos réus para que o vínculo junto à prefeitura da Capital, que era uma importante fonte de renda, fosse mantido.

O ex-presidente do PTB na Capital responde, justamente, por ter recebido parte dos valores da Reação. Já Marco Antônio seria o responsável por cobrar a propina, enquanto o enteado, que atuava como comerciante, é suspeito de intermediar o recebimento do dinheiro. Conforme a acusação, nenhum deles tem envolvimento direto com a morte do político – ainda que, neste caso, o crime de corrupção seja correlato ao assassinato.

Relembre o caso

O então secretário de Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, foi morto aos 63 anos na saída de um culto religioso, no bairro Floresta, em Porto Alegre, na presença da mulher e da filha, que tinha apenas sete anos. O então secretário estava armado, tentou revidar os disparos, mas não resistiu. Polícia Civil e Ministério Público divergem quanto ao caso. A investigação conduzida à época apontou que Eliseu havia sido vítima de um latrocínio.

A versão dos fatos que é julgada, entretanto, é a do MP – que sustenta que a morte foi encomendada. Isso porque o secretário teria descoberto um esquema de corrupção, envolvendo a empresa responsável pela vigilância dos postos de saúde da Capital à época dos fatos. Com isso, 12 pessoas respondem pelo assassinato. Cinco já foram condenados e um absolvido pelo Tribunal do Júri, entre 2016 e novembro deste ano.

Outras etapas do júri

21/05/2016 – Eliseu Pompeu Gomes e Fernando Júnior Treib Krol, acusados de serem os executores do crime, foram condenados a 27 anos e 10 meses de reclusão e 1 ano de detenção;

22/09/2022 – Robinson Teixeira dos Santos, acusado de ser o motorista da ação), foi condenado a 32 anos, 1 mês e 15 dias de reclusão e 1 ano e 4 meses de detenção;

19/10/2022 – Jorge Renato Hordoff de Mello, acusado de ser o mandante do crime, foi condenado a 42 anos e dois meses de reclusão;

23/11/2022 – Marcelo Machado Pio, acusado de ser o mentor do crime, foi condenado a 35 anos e 15 dias de reclusão e 1 ano e 8 meses de detenção; Jonatas Pompeu Gomes, que respondia por participação na organização do crime, foi inocentado.