O Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS) sofreu a segunda queda consecutiva em outubro chegando a 1,6%, em relação a setembro, quando caiu 1,8%, o que não ocorria desde maio de 2021. O resultado devolve grande parte da alta de 5,6% acumulada entre os meses de junho e agosto, na série com ajuste sazonal. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira, 8, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS).
“A atividade industrial gaúcha passa por um período de acomodação, voltando à trajetória oscilante que caracterizou a primeira metade do ano. Mesmo assim, continua em patamar elevado, como consequência das medidas de estímulos à demanda, do aumento das exportações e do agronegócio e das menores dificuldades nas cadeias de suprimentos”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
O dirigente destaca, porém, que a incerteza aumentou muito desde as eleições e as expectativas passaram para o campo pessimista, sobretudo com relação ao futuro da economia brasileira, podendo provocar impacto nos investimentos. Diante disso, a perspectiva para os próximos meses é de desaceleração da atividade industrial, que deve crescer lenta e gradualmente, contida também pelos juros elevados e o fim do ciclo de deflação.
PRODUÇÃO
Dos seis componentes do IDI-RS, os quatro mais diretamente associados à produção apresentaram recuo entre setembro e outubro: compras industriais (-4,8%), horas trabalhadas na produção (-2,1%), faturamento real (-2%), que caíram pelo segundo mês seguido. Já a utilização da capacidade instalada (UCI) perdeu 1,5 ponto percentual, alcançando 80,8%. Entre os indicadores de mercado de trabalho, o emprego ficou praticamente estável, caindo 0,1%, e a massa salarial real subiu 0,8% no período.
Em relação ao ano passado, o quadro segue positivo, mas mostrou desaceleração. Relativamente ao mesmo mês de 2021, o IDI-RS cresceu 2,2%, na 26ª alta consecutiva, mas a menor taxa dos últimos 24 meses. No acumulado de 2022, frente aos primeiros dez meses de 2021, a alta atingiu 4,9% (foi 5,3% em setembro), crescimento compartilhado pelas horas trabalhadas na produção (9,4%), pelo faturamento real (5,8%), pelas compras industriais (3,6%), pelo emprego (6,3%) e pela massa salarial real (10,3%). A exceção foi a UCI, cujo grau médio dos dez meses do ano recuou de 83%, em 2021, para 81,9%, em 2022.
As maiores contribuições positivas para o resultado geral do IDI-RS entre os 16 setores industriais pesquisados em outubro vieram do aumento em Veículos automotores (17,8%), Máquinas e equipamentos (10,2%), Couros e calçados (14,2%), Alimentos (2,8%) e Tabaco (21,2%). Por outro lado, as quedas de Químicos e refino de petróleo (-4,1%), Produtos de metal (-2,8%) e Móveis (-5,9%) foram os impactos negativos mais relevantes.