Cesta básica em Porto Alegre tem alta de 14,44% no ano, aponta DIEESE

Capital gaúcha tem o segundo maior valor entre as cidades pesquisadas chegando a R$ 781,52

Foto: Pedro Revillion / CP Memória

Porto Alegre é a segunda capital brasileira com o maior valor da cesta básica, chegando a R$ 781,52 o conjunto dos alimentos básicos em novembro. Somente em 2022, o valor na capital gaúcha apresentou uma elevação de 14,44% e chega a 14,04% comparado com novembro do ano passado. Os dados são do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) ao divulgar que o custo da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos aumentou em 12 das 17 capitais.

Em novembro, os preços dos produtos da cesta básica tiveram aumentos em Porto Alegre. A batata subiu 11,92%, enquanto o café em pó caiu 1,84% e o feijão preto registrou redução de 1,96% no preço praticado.

Entre outubro e novembro, as altas mais expressivas ocorreram em Belo Horizonte (4,68%), Florianópolis (2,96%), São Paulo (2,69%) e Goiânia (2,03%). Já as reduções ocorreram em algumas cidades do Norte e do Nordeste: Salvador (-2,12%), João Pessoa (-1,28%), Recife (-1,27%), Natal (-1,12%) e Aracaju (-0,69%). São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos superou Porto Alegre, com o maior valor (R$ 782,68). As demais capitais pesquisadas foram Florianópolis (R$ 776,14), Rio de Janeiro (R$ 749,25) e Campo Grande (R$ 738,53).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 511,97), Salvador (R$ 550,67), Recife (R$ 551,30) e João Pessoa (R$ 552,43). Em 2022, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades, com destaque para as variações acumuladas em Goiânia (15,45%), Campo Grande (15,15%), Brasília (14,58%), Belo Horizonte (14,58%) além de Porto Alegre (14,44%). Em Recife, foi registrada a menor variação, de 3,56%.

CESTA X SALÁRIO MINIMO

Em novembro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.575,30, ou 5,43 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em novembro de 2021, este valor deveria ter ficado em R$ 5.969,17, ou 5,43 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.

Em novembro de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 121 horas e 02 minutos, maior do que o registrado em outubro, de 119 horas e 37 minutos. Em novembro de 2021, a jornada necessária era de 119 horas e 58 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, o Dieese aponta que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, em novembro de 2022, 59,47% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em novembro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 58,95%.

Em Porto Alegre, este volume de horas necessárias em novembro foi de 141h52m só sendo superada por São Paulo, com 142h04m.