Sete em cada dez trabalhadores atuando por conta própria, com ou sem CNPJ, gostariam de mudar de emprego para uma vaga que oferecesse vínculo empregatício. Os dados fazem parte da Sondagem do Mercado de Trabalho, produzida pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), e divulgada nesta terça-feira, 6.
Quando considerados todos os trabalhadores informais – aqueles que não possuíam nenhum tipo de registro oficial, incluindo os trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, empregadores e trabalhadores por conta própria sem CNPJ -, 87,7% afirmaram que gostariam de se formalizar, seja via carteira assinada, seja através de registro.
O levantamento, que terá divulgação trimestral, tem como base informações coletadas entre agosto e outubro de 2022. Nesse período, o número de trabalhadores atuando na informalidade no Brasil alcançava 38,964 milhões, abaixo do registrado no trimestre imediatamente anterior, segundo a Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os trabalhadores informais ouvidos pelo levantamento, o desejo de formalização era maior entre os que recebiam menores rendimentos: 89,5% dos informais com renda mensal até dois salários mínimos preferiam migrar para um trabalho com carteira assinada ou CNPJ, ante uma fatia de 75,8% entre os que ganhavam mais de dois salários.
O estudo identificou ainda que, entre os trabalhadores por conta própria atuando sem qualquer registro ou mesmo os registrados com CNPJ, apenas 30,4% prefeririam manter-se na situação atual a mudar para uma vaga de contratado por uma empresa pública ou privada. Entre os demais 69,6% que preferiam a mudança, os principais motivos apontados foram o desejo de ter rendimentos fixos (33,1%) e o acesso a benefícios que as empresas costumam dar (31,4%). Outros 5,1% apontaram outros fatores.