O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) apresentou mais um balanço da situação vacinal entre as pessoas que morreram, no Rio Grande do Sul, em razão do coronavírus. Os dados divulgados nessa sexta-feira reforçaram que, quanto mais avançado o esquema de doses, menor o risco de morte. O estudo mostra que as chances de óbito diminuem até 16 vezes, dependendo da idade.
Entre os idosos, população considerada mais vulnerável pelo fato de terem uma imunidade mais limitada, a taxa de mortalidade é até oito vezes menor para quem já tomou a quarta dose, em comparação com a pessoa que ainda não tomou a segunda.
A análise também revela aumento da proteção na comparação com as pessoas com apenas a terceira dose ou com esquema primário completo (duas doses ou dose única). Na faixa da população acima dos 60 anos, a quarta dose protege duas vezes mais contra o risco de óbito em comparação com a terceira e quatro vezes mais em relação à segunda.
A faixa etária dos idosos é hoje a com maior proporção entre os óbitos de Covid-19 no Rio Grande do Sul, representando cerca de 90% das ocorrências no último mês. Porém, o mesmo impacto pode ser observado nas demais idades. Entre os 40 e 59 anos, a quarta dose chega a diminuir o risco de morte pelo coronavírus em 16 vezes, na comparação com quem ainda não completou o esquema primário.
Taxas de mortalidade por 100 mil pessoas ano segundo situação vacinal (Semanas 13 a 47 de 2022)
Faixa etária de 18 a 39 anos
– Sem esquema primário completo: 3,91
– Esquema primário completo: 1,65
– Com 1º reforço: 1,30
Faixa etária de 40 a 59 anos
– Sem esquema primário completo: 44,90
– Esquema primário completo: 10,32
– Com 1º reforço: 6,80
– Com 2º reforço: 2,79
Faixa etária de 60 anos ou mais
– Sem esquema primário completo: 443,64
– Esquema primário completo: 215,13
– Com 1º reforço: 103,81
– Com 2º reforço: 53,64
Observação:
– Sem esquema primário completo: não vacinado com nenhuma dose ou com esquema incompleto (uma dose no esquema de vacinas com duas doses)
– Esquema primário completo: duas doses recebidas ou dose única (Janssen)
Fonte: SIPNI e SIVEP-Gripe, acesso em 27/11/2022 (População estimada TABNET/DATASUS-MS, 2020)
Mais de 5 milhões de pessoas com alguma dose de reforço em atraso
Em contraste com o que revela o levantamento da Cevs, cresce o número de pessoas, no Rio Grande do Sul, com alguma dose em atraso. Somente em relação à quarta dose, há 2,2 milhões de pessoas nessa situação. A quantidade é maior do que o número de pessoas com essa dose feita até o momento: 1,97 milhão.
Outras três milhões seguem com a terceira dose atrasada, e mais 651 mil não tomaram a segunda dose dentro do tempo preconizado.
Segundo reforço em atraso por faixa etária
18 a 39 anos: 217.301
40 a 59 anos: 1.184.149
60 anos ou mais: 793.282
Primeiro reforço em atraso por faixa etária
12 a 17 anos: 435.344
18 a 39 anos: 1.442.040
40 a 59 anos: 815.672
60 anos ou mais: 333.016