Covid-19 aumentou em 16,8% o número de mortes no Brasil em 2021, aponta IBGE

No mesmo período, o país totalizou 14,6 milhões de casos da doença; regiões mais atingidas foram Sul, Sudeste e Centro-Oeste

Foto: Alina Souza / CP

No segundo ano da pandemia de Covid-19 no Brasil, o país registrou 1,818 milhão de óbitos, um salto de 16,8% em relação ao ano anterior. Em 2020, o Brasil já tinha registrado um aumento significativo na mortalidade, com 1,557 milhão de óbitos, 15,3% a mais que em 2019.

Para se ter uma ideia do impacto da doença, de 2010 a 2019, o crescimento anual médio do número de óbitos no país havia sido de apenas 1,1%. Os dados fazem parte da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira.

Entre 2020 e 2021, o Brasil teve 22,3 milhões de casos de Covid-19, que resultaram em mais de 630 mil mortes confirmadas pela doença. No primeiro ano de pandemia, registros do Ministério da Saúde confirmaram 7,7 milhões de casos e 212,7 mil mortes. Em 2021, o número de casos praticamente dobrou, alcançando 14,6 milhões, que resultaram em 420,3 mil mortes.

O estudo mostra um salto no total de óbitos em 2020 nas cinco grandes regiões do país, que variaram de aumento de 7,6% ante 2019 na região Sul a elevação de 27,2% no Norte.

“Refletindo as grandes dificuldades iniciais na implementação de medidas preventivas, controle e tratamento e o colapso do sistema de saúde em alguns locais e momentos, principalmente devido ao insuficiente acesso a leitos hospitalares e de Unidade de Terapia Intensiva no país”, justificou o estudo do IBGE.

“Já em 2021, duas situações foram observadas: aceleração do crescimento nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; e desaceleração do crescimento nas regiões Norte e Nordeste”, apontou o levantamento.

Esse último cenário, segundo o IBGE, provavelmente se deu por uma conjunção de fatores:

– Aparecimento de novas variantes da Covid-19, com características clínicas e epidemiológicas diferentes;

– Contexto social, econômico e político para o enfrentamento da pandemia;

– Precária articulação nacional com governos regionais e locais nas ações de enfrentamento;

– Desigualdades regionais e locais na disponibilidade de recursos físicos e humanos para a saúde;

– Impactos positivos da vacinação, reduzindo principalmente a letalidade e os casos graves, majoritariamente nos grupos mais vulneráveis, que foram priorizados nas etapas iniciais do programa de vacinação, que se iniciou no Brasil em 17 de janeiro de 2021.