Governo Bolsonaro volta atrás em corte de verba das universidades

Medida havia travado cerca de R$ 1,4 bilhão na área da Educação, sendo R$ 344 milhões para instituições de ensino superior

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O governo de Jair Bolsonaro (PL) recuou dos bloqueios de verba às universidades federais que haviam sido executados na segunda-feira. As instituições passaram a ter os recursos disponíveis às 11h desta quinta-feira, segundo apurou o jornal O Estado de S.Paulo. A medida havia travado cerca de R$ 1,4 bilhão na área da Educação, sendo R$ 344 milhões de universidades.

De acordo com o Estadão, os reitores, no entanto, temem que o dinheiro possa ser bloqueado novamente e correm para empenhá-lo. Ainda não há informações sobre a razão para o desbloqueio.

A associação que reúne reitores das federais (Andifes) afirmou que vai seguir “atenta aos riscos de novos cortes e bloqueios” e manter o diálogo “com todos os atores necessários, no Congresso Nacional, governo, sociedade civil e com a equipe de transição do governo eleito para a construção de orçamento e políticas necessárias para a manutenção e o justo financiamento do ensino superior público”.

Na semana passada, a Andifes havia reclamado do bloqueio de dinheiro durante o jogo da seleção brasileira contra Suíça pela Copa do Mundo. A associação reforça que ainda aguarda o desbloqueio de R$ 438 milhões do orçamento das universidades feito em junho pelo governo Bolsonaro, e que esses recursos são “fundamentais para fechar o ano”.

Muitas universidades vêm atrasando contas de luz e dizendo que não terão como manter os serviços, bolsas e até pagamentos de salários com os cortes sucessivos promovidos pelo governo atual.

Nessa terça-feira, o MEC havia informado, em nota, que recebeu a notificação do Ministério da Economia a respeito dos bloqueios orçamentários realizados. “É importante destacar que o MEC mantém a comunicação aberta com todos e mantém as tratativas junto ao Ministério da Economia e à Casa Civil para avaliar alternativas e buscar soluções para enfrentar a situação”, apontou a pasta.

Já o Ministério da Economia, no mesmo dia, afirmou ter sido indicada no relatório de receitas e despesas do quinto bimestre uma “necessidade de bloqueio de R$ 5,67 bilhões para cumprimento do teto de gastos, em virtude do aumento da projeção de despesas obrigatórias” da União.

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