O endividamento dos brasileiros acendeu a luz de alerta. Dados do Banco Central sinalizam que 12,2% dos tomadores de empréstimos de instituições financeiras autorizadas estão em situação de “endividamento de risco”, com o número total de brasileiros nessa condição tendo quase triplicado na comparação com 2019.
Os números da autoridade monetária indicam que mais consumidores enfrentam dificuldades para quitar dívidas. Maurício Moura, diretor de Relacionamento do Banco Central, destacou durante um evento sobre superendividamento que o percentual de mutuários enfrentando “endividamento de risco” chegou a 12,2 milhões de pessoas em junho, enquanto em dezembro de 2019, eram 4,6 milhões, ou 5,4% do total.
Os tomadores entram na categoria de risco do BC se apresentarem inadimplência superior a 90 dias, renda mensal disponível abaixo da linha da pobreza após o pagamento do serviço das dívidas, exposição simultânea a modalidades de crédito mais onerosas e comprometimento de mais de 50% da renda mensal com o pagamento do serviço das dívidas.
A inadimplência nos empréstimos com recursos livres para pessoas físicas e jurídicas aumentou para 4,2% em outubro, o maior nível em quase quatro anos. Conforme técnicos do BC, a capacidade de pagamento da população piorou e tende a se tornar mais desafiador com a desaceleração da economia nacional.
Economistas privados preveem que o PIB (Produto Interno Bruto) do país crescerá 0,7% em 2023, após uma expansão de 2,8% este ano, de acordo com a pesquisa semanal Focus do BC.