Especialista sugere como se preparar para o trimestre de maiores gastos

Uso do 13º salário para compras no período deve ser usado por quem não tem dividas

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A chegada do último trimestre do ano pode ser motivo de preocupação para muitos brasileiros, afinal, é o período no qual as contas se multiplicam. Aqueles que não estiverem com o planejamento financeiro em dia podem se prejudicar. Além das despesas fixas mensais, são meses de gastos com presentes de Natal, viagem de férias, matrículas escolares, entre outros.

Os brasileiros também precisam se preparar para o pagamento de vários tributos que são cobrados em janeiro, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o licenciamento veicular, entre outros.

De acordo com especialistas da XP Investimentos, é importante que os brasileiros iniciem seus planejamentos financeiros desde já, para não sofrerem prejuízos no início de 2023. Para isso, podem e devem contar com um recurso muito importante neste período: o 13º salário. Renato Sarreta, especialista em investimento da XP, explica que o benefício é uma renda importante e que deve ser priorizada para o pagamento de dívidas ou quitação de contas.

O que esperar para os próximos meses?

De acordo com uma pesquisa realizada ano passado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojista (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em parceria com a Offer Wise, 33% dos brasileiros pretendiam gastar o 13º com presentes de Natal em 2021. E 34% dos entrevistados afirmaram que poupariam estes recursos. Já 24% disseram que utilizariam o dinheiro extra para as comemorações de Natal ou Réveillon. E apenas 16% afirmaram que usariam o valor para pagar tributos e quitar dívidas atrasadas.

“Essa pesquisa nos mostra como a maioria dos brasileiros utiliza esse recurso de forma equivocada. O 13º salário só deve ser utilizado para lazer ou presentes de fim de ano por aqueles que não possuem dívidas e que já têm uma outra reserva para as contas de janeiro”, orienta Sarreta.

Um levantamento da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), aponta que mais da metade dos entrevistados reduziram despesas com lazer, deixaram de comprar roupas ou desistiram de viajar em 2022 devido à situação financeira. Sarreta explica que tal cenário se dá não só pela falta de planejamento dos indivíduos, mas, também, por fatores externos que impactaram a economia brasileira nos últimos anos.

“A pandemia de Covid-19 foi o principal fator a comprometer não só a economia brasileira, mas a mundial, nos últimos dois anos. A aceleração da inflação levou a um novo ciclo de aumento de juros, o que desestimulou o consumo e os investimentos. Entretanto, estamos diante de um cenário de recuperação do mercado de trabalho, com redução do desemprego e aumento da renda da população, o que nos dá uma perspectiva positiva para os próximos meses”, conclui o executivo.