Maioria dos beneficiários do Auxílio Brasil quer usar dinheiro para pagar dívidas

Seis de cada 10 beneficiários dizem ter a intenção de quitar dívidas em aberto

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A maior parte dos beneficiários do Auxílio Brasil (60%) pretende usar os valores do benefício para quitar dívidas em aberto, e não aumentar o consumo. É o que revela o estudo “Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência”, do Instituto Locomotiva e pela MFM Tecnologia, ao apontar que seis de cada 10 beneficiários do programa social que possuem dívidas dizem ter a intenção de utilizar o benefício para pagar dívidas em aberto.

“A maior parte das famílias que possuem dívidas e estão recebendo o auxílio dizem que vão direcionar o benefício para o pagamento das dívidas. Isso ajuda a entender porque esse volume injetado não está se refletindo tão diretamente, por exemplo, em um maior dinamismo do varejo”, afirmou João Paulo Cunha, diretor de pesquisas do Instituto Locomotiva.

INADIMPLÊNCIA

Os dados do estudo, que foi realizado entre os dias 19 e 28 de setembro e ouviu 1.020 homens e mulheres acima de 18 anos em todo o território nacional, indicaram que cerca de 30% dos entrevistados (298) declararam estar inadimplentes, com outros 45% (474) indicando ter dívidas, mas com os pagamentos em dia. Apenas 25% dos participantes da pesquisa (248) afirmaram não ter dívidas.

Recentemente, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que o total de consumidores inadimplentes alcançou o patamar recorde de 30,3% em outubro. Entre os principais motivos que levaram à situação da inadimplência estão a perda de emprego e a falta de um bom planejamento das finanças com 31% e 29% das respostas dos entrevistados, respectivamente.

Um total de 25% dos entrevistados disse que devem conseguir pagar as dívidas em atraso, contra 37% na pesquisa realizada em 2021. Já 9% responderam que não devem conseguir quitar os valores devidos. Já 60% dos entrevistados afirmaram ter atrasado alguma conta para pagar outra mais urgente nos últimos 12 meses.