Polícia Civil conclui que morte de ex-secretário de Saúde de Bom Progresso teve motivações políticas

Investigações apontam que o vice-prefeito, Maicon Leandro Vieira Leite (PDT), e Cloves Oliveira (PSB), que concorreu ao Executivo municipal, foram os mandantes do crime

Secretário de Saúde de Bom Progresso foi morto por motivações políticas, segundo a Polícia. Foto: Redes sociais/Reprodução

A Polícia Civil, concluiu, nesta quarta-feira, que a morte do ex-secretário de Saúde de Bom Progresso, Jarbas David Heinle, de 44 anos, ocorrida em setembro, teria sido motivada por disputas políticas. Segundo as investigações, o vice-prefeito da cidade, Maicon Leandro Vieira Leite (PDT), e Cloves Oliveira (PSB), que concorreu ao Executivo municipal em 2020, contrataram Sérgio Ribeiro dos Santos e Matheus Gabriel Müller Merel para matar a vítima, filho do atual prefeito, Armindo David Heinle (PP), visto como sucessor ao cargo.

De acordo com as apurações da corporação, Sérgio, que seria responsável por contratar o atirador, teria recebido R$ 30 mil e uma carta de emprego, enviada por um empresário, amigo de Cloves, para sair temporariamente do sistema prisional, onde cumpria pena por roubo, além da promessa de um cargo na prefeitura com salário de R$ 3 mil. Matheus, que também tem passagens por roubo e estava solto em regime condicional, sem tornozeleira, devido à falta do equipamento em delegacias da região, teria recebido R$ 20 mil para executar a vítima. Atualmente, o primeiro está preso, preventivamente, e o segundo é considerado foragido.

O vice-prefeito de Bom Progresso, Maicon Leandro Vieira Leite (PDT). Foto: Divulgação

No último dia 7, Cloves, conhecido como ‘Faísca’, que tem antecedentes por porte ilegal de armas e falsificação de documentos, e o vice-prefeito, que responde processos por tráfico de drogas, foram liberados após cumprir o prazo da prisão temporária. Conforme a decisão da Justiça, não há elementos para mantê-los detidos.

Cloves Oliveira (PSB), de 44 anos, conhecido como ‘Faísca’. Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Contatados pela reportagem, moradores da região declararam que a população está inconformada com as solturas. Nos próximos dias, o Tribunal de Justiça deve analisar um recurso do Ministério Público que tenta reverter a decisão que colocou os suspeitos em liberdade.

Relembre o Crime

Na noite de 10 de setembro, pouco após chegar à residência em que vivia junto com a esposa, Jarbas foi baleado por Matheus, que havia se escondido no galpão da casa para cometer o crime. Após os disparos, o atirador fugiu, acompanhado por Sérgio.

Atingido no peito e no rosto, o secretário chegou a ser socorrido pela mulher e levado a um hospital da região, mas não resistiu.