Pela sétima vez consecutiva, os bancos elevaram suas projeções para o mercado de crédito neste ano, revela a Pesquisa FEBRABAN de Economia Bancária e Expectativas. A projeção de crescimento da carteira total para este ano passou de 13,9% na pesquisa anterior (setembro) para 14,1%, valor muito próximo à atual projeção do Banco Central, de alta de 14,2%. Para 2023, a média das projeções para a expansão da carteira total subiu para 8,4% ante 8,0% no levantamento anterior.
“Para este ano, a revisão positiva se deve à melhora das expectativas da atividade econômica, ao crescimento maior do que o esperado do mercado de crédito, além da reedição dos programas públicos de crédito, como Pronampe e FGI-Peac, que seguem com demanda alta”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da FEBRABAN, que complementa.
Para ele, em 2023 a expectativa de alta na carteira direcionada se elevou ligeiramente, passando de 6% para 6,1%, mas na carteira com recursos livres, o ajuste foi relevante, passando de 9,3% na pesquisa anterior para 10% nesta última edição”.
PIORA NAS EXPECTATIVAS
O levantamento mostra que na carteira com recursos livres, a projeção passou de alta de 16,7% (em setembro) para 17,3%. A melhora foi puxada pela carteira pessoa física (de 17,2 para 18,2%), devido ao crescimento da atividade econômica e do consumo, que beneficia linhas como o cartão de crédito e crédito pessoal. A projeção da carteira pessoa jurídica ficou praticamente estável ante ao último levantamento (de 14,5% para 14,3%).
A pesquisa mostra também que houve piora das expectativas para a inadimplência da carteira livre. Para este ano, a projeção subiu de 3,9% (em setembro) para 4,3%, enquanto para 2023 avançou de 4,2% para 4,6%. Atualmente, a inadimplência desta carteira está em 4,0%.
A Pesquisa FEBRABAN, realizada com 20 bancos entre 3 e 8 de novembro, é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e reúne as percepções das instituições financeiras sobre o documento do Banco Central e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito no ano corrente e no próximo.