BM dá prazo até a meia-noite para que manifestantes liberem vias no entorno de quartel na capital

Pelotão de Choque deve agir a partir das 5h30min caso ordem seja descumprida

Foto: Jonathas Costa/CP

É tenso o clima no acampamento que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) mantém, desde a semana passada, no entorno do Comando Militar do Sul, no Centro Histórico de Porto Alegre. Agentes da EPTC e policiais militares confirmaram à reportagem do Correio do Povo que a Brigada Militar deu prazo até a meia-noite para que o grupo desmonte as barracas e deixe o local. Com faixas, cartazes, bandeiras e camisetas com as cores do Brasil, os manifestantes pedem intervenção das Forças Armadas, em uma espécie de estado de sítio, alegando suposta fraude no processo eleitoral.

A corporação alega a necessidade de cumprir a ordem emitida mais cedo pelo ministro Alexandre de Moraes, para que as forças estaduais de segurança, em todo o país, desobstruam vias bloqueadas por pessoas descontentes com o resultado das eleições.

De acordo com os agentes de trânsito, o Pelotão de Choque da Brigada Militar vai agir com emprego de força policial, a partir das 5h30min, caso os manifestantes se mantenham na região. Além da BM e da EPTC, a Polícia do Exército acompanha as movimentações.

O grupo assegura que pretende manter o acampamento. Em redes sociais, integrantes do movimento dizem precisar urgentemente de auxílio jurídico e pedem reforço de manifestantes na rua Padre Tomé, junto ao cruzamento com a Sete de Setembro.

Mais cedo, o Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação ao município para que efetue o desbloqueio das vias e apresente um relatório das ações em 24 horas.

Oficialmente, o Comando de Policiamento da Capital (CPC) disse estar orientando os manifestantes para que “mantenham os veículos fora do espaço da via pública e que retirem as barracas que obstruem calçadas, impedindo o direito de ir e vir do coletivo”. Consultado, o órgão também evitou confirmar um prazo limite para a saída dos manifestantes.