A comitiva de Porto Alegre estará presente, a partir desta segunda-feira, na COP 27 com uma missão: buscar parcerias e discutir soluções para zerar emissões de gases de efeito estufa no município. A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que iniciou neste domingo, discute formas de como desacelerar as mudanças climáticas e ajudar países que já sentem impactos. Ela reúne representantes oficiais de governos e da sociedade civil.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), Germano Bremm, e a diretora de Políticas e Projetos de Sustentabilidade da Smamus, Rovana Reale Bortolini, embarcaram nesse domingo para Sharm El-Sheikh, no Egito – onde acontece o evento. Na edição do ano passado, que ocorreu em Glasgow, Porto Alegre se comprometeu a reduzir as emissões de carbono em 50% até 2030 e zerar até 2050.
“É uma oportunidade muito rica que temos para debater as ações necessárias para o futuro do nosso planeta”, destacou Bremm. Ele alerta que os efeitos das mudanças climáticas são uma realidade em nosso planeta. “Não basta planejar o futuro, temos que começar com ações mais imediatas”, reforçou.
Durante os dias em que estiverem participando do evento, os representantes municipais pretendem revelar um grande parceiro para viabilizar grandes obras necessárias para o enfrentamento das mudanças climáticas. “Esperamos anunciar a contratação da empresa que irá fazer o Plano de Ação Climática de Porto Alegre”, afirmou.
A comitiva municipal também irá apresentar as ações que a gestão vem realizando para reduzir a emissão de poluentes, como por exemplo o incentivo à instalação de rooftop (terraço) sustentáveis. “Essa política de incentivo permite a utilização dos espaços de cobertura, que antes pelo Plano Diretor não era permitido”, explica Bremm. O novo modelo prevê ações sustentáveis. “É aceito desde que seja um espaço verde, com elementos de sustentabilidade, que ele recolha água da chuva, com painéis fotovoltaicos”, detalha. Segundo ele, o novo regramento já está sendo adotado em edificações novas. “Percebemos uma série de empreendimentos que estão vindo já com essa condição”.
Outra ação que o secretário destaca é a criação de terrários urbanos e hortas comunitárias. “A gente permite a exploração comercial das sobras de terreno desde que seja criado um novo espaço verde na cidade e que os elementos de construção sejam todos sustentáveis. Assim criamos novos ambientes verdes”, conclui.
Metas firmadas no acordo de Paris estão defasadas, aponta especialista
Para o professor Francisco Eliseu Aquino, climatologista do Departamento de Geografia da Ufrgs, a intenção da atual gestão é positiva, mas que as metas firmadas no acordo de Paris estão defasadas. “As metas infelizmente não foram bem encaminhadas pelos países e cidades, mesmo assim, o objetivo de reduzir em 50% a emissão de gases até 2030 continua valendo”. Ele destaca que as cidades grandes são fundamentais para a diminuição de gases. “A maior parte da humanidade vive em cidades, elas são áreas chaves para traçarmos metas e políticas no combate à mudança climática global.”
Por fim ele destaca que o desafio não é só reduzir a emissão de carbono. “Ampliar as áreas verdes, como parques e realizar o plantio de novas árvores é extremamente importante”.
No dia 26 de outubro a Prefeitura da Capital anunciou a contratação da empresa que irá fazer o plantio de 5.420 mudas no ano que vem. “A arborização é o que temos de mais preciso e certo para reduzir as emissões de carbono na atmosfera e Porto Alegre já reduziu 5% as emissões de gás, segundo o último inventário de gases e efeito estufa da cidade, graças ao plantio”, reiterou Bremm.
Uma comitiva do governo gaúcho formada por representantes de diversas secretarias do Estado também vai participar do evento.