O último ato de Onyx Lorenzoni (PL) na eleição ocorreu, pouco depois das 19h30min, em uma sala que, curiosamente, leva o nome da sede do governo que, pela escolha do eleitor, nos quatro próximos anos, ele não vai ocupar. Na sala de eventos Piratini, em um hotel na zona Norte da capital, Onyx concedeu uma coletiva depois da derrota. O liberal teve mais de 2,7 milhões de votos, o que representa 42,88%, ampliando o número conquistado no primeiro turno, mas não o suficiente para se eleger.
Onyx começou agradecendo a Deus, à esposa Denise, à vice da chapa, Claudia Jardim (PL) e aos parlamentares aliados. “Conversei há pouco com Eduardo Leite (PSDB) e o cumprimentei pela vitória. Na democracia, a decisão do povo é soberana”, disse o liberal.
Aliado histórico de Jair Bolsonaro (PL), no governo de quem ocupou cinco ministérios, Onyx não conseguiu replicar o desempenho do candidato à presidência, que no Estado somou 3,7 milhões de votos, cerca de 57,12%.
“Não estamos convencidos do resultado nacional. Fazer uma volta ao passado nos deixa entristecidos e preocupados. A perda do que foi construído deverá acontecer no primeiro ano do governo Lula”, projetou Onyx. Em outro momento do depoimento, ele voltou a falar da falta de convencimento no resultado, mas que o “distanciamento o impedia de avançar”.
Ele citou escândalos como do Mensalão e do Petróleo como riscos ao país e garantiu mobilização para garantir suporte ao “maior presidente do Brasil, Jair Bolsonaro”.
Pela manhã, quando tomou café com apoiadores em um dos comitês da campanha, em Porto Alegre, Onyx havia revelado conversa telefônica com Bolsonaro, dizendo que ambos tinham “preocupação, principalmente na questão da apuração”. Mesmo quando Leite foi considerado matematicamente eleito, por volta das 19h, Onyx optou por aguardar o final da apuração nacional para se manifestar.
Quanto a questão local, ele desejou que Leite possa satisfazer os anseios e expectativas da população gaúcha. Além disso, ressaltou que “a direita chega pela primeira vez a um segundo turno e passa a ser competitiva”, colocando a “união das esquerdas” como fator que definiu o pleito.
“A guerra pela liberdade, a luta pela democracia e por um Estado competitivo temos que recuperar. Que o novo governo seja capaz de recuperar esse caminho”, desejou.