Feira do Livro é aberta oficialmente com troca de patronagem entre filho e pai

Carlos Nejar recebeu a chave dourada do evento das mãos de Fabrício Carpinejar, que ocupou o posto no ano passado

Carlos Nejar, Ledur e Fabrício, da esquerda para a direita. Foto: Camila Diesel

Aplaudido de pé, o patrono da 68ª Feira do Livro de Porto Alegre, Carlos Nejar, recebeu, na noite desta sexta-feira, a chave dourada do evento das mãos do filho, Fabrício Carpinejar, que ocupou o posto no ano passado. O ato simboliza a abertura dos caminhos da leitura e ilustra a troca da guarda entre os representantes anuais do evento. “Nosso pampa, na feira do Livro, é centro do mundo”, disse Nejar durante a fala. A cerimônia, que começou por volta das 18h30min, no Teatro Carlos Urbim, contou com a presença de autoridades como o governador Ranolfo Vieira Júnior e os secretários de Cultura do Estado, Beatriz Araújo, e de Porto Alegre, Gunter Axt.

“Pra mim é uma emoção nova. Com essa feira, eu me encontro com a minha terra. Me sinto enverdecendo com as árvores. Enverdecendo também com essa força, a seiva, o vigor do livro, porque esta Feira não é o centro do Rio Grande. Pela sua importância, é o centro do mundo”, celebrou Nejar em conversa exclusiva com a Rádio Guaíba.

Homenageando o pai, Fabrício Carpinejar leu um trecho de um poema de Nejar: “quando os ventos forem caminhos, seremos ventos e ninhos, sombras esguias, ventos-moinhos, moendo a noite nos seus caminhos”. Ele também lembrou características que herdou do progenitor e das virtudes do escritor. “Meu pai poderia estar desfrutando do mérito de 60 anos de escrita, poderia estar aposentado e acomodado, mas ele escreve e não para de escrever porque acredita que a próxima obra dele será a melhor de sua vida”, emocionou-se ao falar de Nejar.

Um dos maiores eventos literários a céu aberto da América Latina, Feira do Livro segue até o dia 15 de novembro e espera reunir cerca de 1,5 milhão de visitantes. “Estarmos plenamente de volta à praça é motivo indescritível de júbilo para todos nós. Quanta alegria representa voltarmos a fazer companhia aos poetas Mario Quintana e Carlos Drummond de Andrade, no monumento implantado em 2001 pela Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), em homenagem a todos que fazem da escrita de livros o melhor de suas vidas”, disse o presidente da CRL, Maximiliano Ledur.

A programação completa pode ser conferida no site da feira.