A Justiça de Porto Alegre anunciou, hoje, o adiamento de um júri de skinheads – grupo com ideologia nazista -, que havia sido marcado para esta quinta-feira, por questões de saúde de um dos membros da acusação. Os três réus respondem por três tentativas de homicídio qualificado, associação criminosa e crime de discriminação ou preconceito racial, fatos ocorridos em 8 de maio de 2005, no bairro Cidade Baixa, na região central da capital.
O Ministério Público protocolou o pedido de adiamento e a juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva, titular do 2º Juizado da 2ª Vara do Júri da Comarca de Porto Alegre, transferiu o julgamento para 23 de março de 2023, às 9h.
A juíza destacou que que vem adotando as medidas possíveis para garantir a efetivação do júri, mas que o pedido caracteriza motivo de força maior.
Serão julgados os réus Valmir Dias da Silva Machado Júnior, Israel Andriotti da Silva e Leandro Maurício Patino Braun, acusados de três tentativas de homicídio com qualificadores de motivo torpe e meio cruel.
Relembre o caso
Segundo a acusação, na madrugada do dia 8 de maio de 2005, Rodrigo Fontella Matheus, Edson Nieves Santanna Júnior e Alan Floyd Gipsztejn foram atacados pelos skinheads na esquina entre as ruas Lima e Silva e República, bairro Cidade Baixa.
As vítimas usavam quipás (pequeno chapéu em forma de circunferência, usado pelos judeus). O grupo de agressores saiu de dentro do bar Pinguim. Rodrigo Fontella Matheus sofreu golpes de arma branca, socos e pontapés. O crime só não se consumou porque a vítima contou com a intervenção de testemunhas no local e recebeu pronto atendimento médico.
Edson Nieves Santanna Júnior também sofreu golpes de arma branca, mas conseguiu escapar e buscar abrigo dentro do bar. Alan Floyd Gipsztejn conseguiu fugir para dentro de um outro estabelecimento.