A Polícia Federal, em ação conjunta com Ministério Público Federal e Receita Federal, deflagrou na manhã desta terça-feira a operação “I Conti” para repressão a crimes transnacionais de lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros correlatos. Houve o cumprimento de sete mandados judiciais de busca e apreensão em endereços localizados nos municípios de Joinville e Itapoá, em Santa Catarina.
A Justiça Federal decretou também o bloqueio e indisponibilidade de todos os bens móveis, imóveis e valores em nome dos envolvidos e das empresas fantasmas. “As provas colhidas nas buscas serão analisadas conjuntamente com os elementos que forem apresentados mediante cooperação jurídica internacional, devendo determinar a destinação dos bens sequestrados e a responsabilização dos envolvidos”, informou a Polícia Federal.
Após a prisão de um indivíduo por uso de documentos falsos, ocorrida em 2018, procedimentos fiscais promovidos pela Receita Federal identificaram fatos que, em tese, configuram crimes transnacionais de lavagem de dinheiro previstos na Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional.
As investigações apontam que um grupo de cidadãos italianos e brasileiros criaram várias empresas fantasmas, registradas com identidades falsas e em nome de laranjas. As pessoas jurídicas seriam utilizadas para lavagem de dinheiro de origem criminosa, enviado do estrangeiro para aplicação e ocultação no Brasil, mediante aquisição de mais de 300 imóveis no litoral catarinense.
“Mediante cooperação policial internacional, obteve-se informação de que seis dos italianos envolvidos no esquema possuem antecedentes criminais na Itália, relacionados a fraudes, falsificações e lavagem de dinheiro. A informação é indicativa dos crimes antecedentes por meio dos quais teria sido auferido o capital, cujo processo de lavagem teve início na Itália e se integraliza no Brasil”, destacou a Polícia Federal.