A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite está sendo encerrada neste sábado no Rio Grande do Sul com cerca de 74% da meta de cobertura vacinal do público estimado para receber a dose entre crianças de um ano a quatro anos completos de idade. O percentual atingido havia sido apurado até a última sexta-feira pela Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Alguns municípios ainda mantinham os postos abertos para aplicação da dose e também atualização da caderneta de vacinação. Os dados serão ainda repassados e devem alterar o índice do RS. Conforme a SES, em torno de 144 mil de um total de 554 mil crianças de um a quatro anos completos precisam ainda receber a imunização contra a pólio, que causa a paralisia infantil.
No entanto, a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, lembrou que a aplicação da vacina é permanente e prossegue após a campanha realizada desde o dia 8 de agosto deste ano. “É uma vacina de rotina”, lembrou.
“Ela tem indicação de três doses no esquema primário e se preconiza que seja aplicada no primeiro ano de vida, mas se a criança não fez pode completar posteriormente”, explicou. “Essas três primeiras doses são com a vacina inativada da poliomielite e, após esse período, recomenda-se dois reforços com um ano e três meses e aos quatro anos decida-se completar esse esquema vacinal é extremamente importante para garantir realmente a imunidade duradoura”, esclareceu. “A campanha de vacinação é uma estratégia que oferece uma dose extra”, observou Tani Ranieri.
Ela atribuiu a redução do número de vacinados nesta faixa etária a uma série de fatores. De acordo com a diretora do Cevs, os índices baixos estão Porto Alegre, Região Metropolitana e alguns municípios da região Sul do Estado. A Capital, por exemplo, terminou a mobilização nessa sexta-feira com apenas 46% da meta cumprida.
“Atualizem sempre o esquema vacinal”, recomendou Tani Ranieri, alertando ao risco de reintrodução da poliomielite no país devido à baixa cobertura vacinal. Ela lamentou que as pessoas não acreditam na volta da doença. Com exceção de quatro cidades, advertiu, os demais municípios gaúchos estão em “médio e alto risco” do retorno da pólio, cujo monitoramento por parte da SES é diário para detectar qualquer caso que venha ocorrer no RS. Segundo a diretora do Cevs, 95% das ocorrências de pólio são assintomáticas e,por isso, a importância da prevenção através da vacinação.
Esquema vacinal
Todas as crianças devem fazer a vacina oral poliomielite (VOP), a “gotinha”, desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico (previstas aos 2, 4 e 6 meses de idade).
As crianças abaixo de um ano de idade devem ser vacinadas conforme o histórico vacinal, por isso não existe meta de cobertura para elas. Além da pólio, caso as crianças e adolescentes até 15 anos tenham outras vacinas pendentes, conforme avaliação da caderneta, poderão fazer as demais doses que estiverem em atraso.
Esquema da campanha contra pólio e de multivacinação:
• Abaixo de 1 ano de idade: só faz vacina se tiver alguma em atraso.
• Entre 1 e 4 anos: faz vacina da pólio (gotinha) e outras se tiver alguma em atraso.
• Dos 5 aos 14 anos: só faz vacina se tiver alguma em atraso.