O presidente Jair Bolsonaro criticou a proposta do Partido dos Trabalhadores (PT) de regulação da imprensa e afirmou que Luiz Inácio Lula da Silva, candidato com quem disputa a Presidência da República no segundo turno, “pretende calar a mídia brasileira”. O presidente fez a declaração em entrevista na noite desta sexta-feira.
“O PT não tem qualquer zelo, qualquer compromisso com liberdade, haja vista que ele sempre fala no tocante a controle da mídia. Várias vezes diz que vai controlar vocês, da mídia, e controlar as mídias sociais. Costumo dizer, em que pese as críticas que eu recebo da imprensa brasileira, que nunca tomei uma medida de força contra qualquer repórter no Brasil”, afirmou o presidente.
Na sequência, Bolsonaro disse que nunca tentou retirar sites do ar ou desmonetizar páginas na internet. “Sempre aceitei isso, muitas vezes, sofrendo fake news, inverdades e calúnias, mas não busquei atingir o que é a alma da democracia, que é a liberdade, que é a alma de vocês, que é a liberdade de imprensa”, afirmou. “Eu acho que a preocupação maior, antes até do que o TSE [Tribunal Superior Eleitoral], tem que ser com o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, que pretende calar a mídia brasileira. Ele tem, reiteradamente, falado sobre isso”, finalizou o presidente.
Regulação dos meios de comunicação
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato ao Palácio do Planalto, tem ameaçado regular o exercício dos meios de comunicação caso volte a assumir a Presidência da República.
Ele sempre defendeu um marco regulatório da comunicação e até tentou emplacar um projeto de lei à época do seu segundo mandato, mas a iniciativa não prosperou. Contudo, Lula retomou a ofensiva ao longo da campanha eleitoral deste ano e tem garantido que o assunto será discutido se ele for eleito.
Segundo Lula, “ou a gente faz um novo marco regulatório para a comunicação no Brasil ou a gente vai continuar sendo vítima da espoliação de meia dúzia de famílias que mandam na comunicação brasileira”.
“Jornal e revista são problemas do dono, faça o que quiser, escreva o que quiser. Mas sobre aquela mídia que é uma concessão do Estado, é preciso que a gente coloque a sociedade para discutir como pode democratizar melhor, fazer melhor. É preciso que a gente tenha o direito a várias opiniões no mesmo meio de comunicação”, acrescentou.