Distribuição de material de campanha motivou uma discussão envolvendo os vereadores de Porto Alegre Alexandre Bobadra (PL) e Leonel Radde (PT), que terminou em agressão, na tarde desta sexta-feira, no Largo Glênio Peres.
“Estávamos aqui fazendo um monitoramento de material apócrifo de campanha de forma ilegal. Quando estava me retirando de uma das bancas, o vereador Bobadra me agrediu com vários socos e me levou para o chão”, disse Radde, em vídeo publicado em redes sociais, a caminho da 2ª DPPA de Porto Alegre, junto ao Palácio da Polícia, onde registrou Boletim de Ocorrência. “O que é ilegal é ilegal e nada justifica a violência”, completou.
Conforme a comunicação do 9º Batalhão de Polícia Militar da BM, os policiais realizaram a contenção da briga, conduzindo ambos à 2ª DPPA. Lá, uma nova discussão ríspida teve que ser contida pelos PMs.
Bobadra se manifesta
Alexandre Bobadra, que também registrou Boletim de Ocorrência no local, disse que a confusão começou ainda nas proximidades da Esquina Democrática, onde Radde havia “roubado” material de campanha. Bobadra chegou acompanhado de um comerciante que realiza trabalho voluntário de panfletagem e que disse ter sido agredido horas antes.
“Havia seis barracas do pessoal do PT e uma barraca nossa com duas pessoas. Estava indo buscar minha filha na creche e o pessoal me ligou dizendo que a turma do Radde havia roubado nosso material”, disse Bobadra.
Questionado sobre ter agredido o petista, Bobadra não confirmou, dizendo que várias pessoas partiram para cima dele e houve uma confusão generalizada. “Eu não sei o que aconteceu. Comecei a tomar chute e empurrão, tem que olhar nas imagens”, disse, ainda na delegacia. Conforme o parlamentar, um integrante da equipe do petista o empurrou.
O liberal disse ainda que o colega de Casa demonstra “comportamento agressivo”, com outros parlamentares e com ele. “Ele briga com todo mundo. Ele é uma figura histriônica. Ele tem curso de teatro, é um artista”, afirmou.
Bobadra relata ter tomado garrafadas, chutes e cadeiradas na cabeça. “Estou fazendo BO contra ele por lesão corporal e crime eleitoral, depois vou ao pronto-socorro cuidar da minha saúde”.
Já o vereador Leonel Radde afirmou que tentou, juntamente com a equipe, impedir a entrega de um material em prol de Jair Bolsonaro, que associa a esquerda ao comunismo, entre outros temas, conteúdo que, segundo ele, já havia sido inclusive considerado ilegal pela Justiça eleitoral.
Por conta desse movimento, o parlamentar disse que dois conflitos ocorreram. O primeiro na Esquina Democrática e o segundo próximo ao Largo Glênio Peres, onde os vereadores trocaram as agressões.
“Ele tentou quebrar meu braço, segurando meu pulso, quando eu consegui me desvencilhar ele desferiu três socos contra mim e me chutou no chão, dando início a uma confusão generalizada”, relembrou.
Radde também alega que Alexandre Bobadra o ameaçou de morte. Por conta disso, além do registro do BO, o parlamentar solicitou proteção policial.
PT emite nota
O diretório municipal do PT de Porto Alegre emitiu nota afirmando que Radde, que é deputado estadual eleito, buscava “verificar a informação” sobre a propaganda irregular e “foi agredido por outro vereador Alexandre Bobadra (PL) – que já enfrenta um processo de cassação por abuso de poder econômico – e as pessoas que o acompanhavam”.
Ainda segundo a nota, a “militância da bancada do PT de Porto Alegre atuou em defesa da integridade física do deputado eleito Leonel”.
*com informações de Everton Calbar e Felipe Nabinger