A campanha de Onyx Lorenzoni (PL) no segundo turno ganhou, de forma oficial, o apoio de um aliado de peso: o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo. Ele participou de reunião na tarde desta quinta-feira no escritório de campanha de Onyx com uma ala do MDB composta por integrantes dos diretórios municipais da capital e Gravataí, que já haviam anunciado decisões semelhantes, assim como representantes da sigla em Cachoeirinha e Sapucaia do Sul.
Chamando Onyx de “governador”, Melo iniciou a fala cumprimentando os presentes do que definiu como “MDB raiz”. “Tem um governador e um vice atrás do toco. Eu não podia ficar atrás do toco”, afirmou, lembrando sobre a falta de posicionamento de Eduardo Leite (PSDB) no âmbito nacional das eleições. Além disso, Melo citou o petista Tarso Genro e Manuela D’Ávila (PCdoB) como apoiadores do tucano. “Não posso estar com Eduardo Leite porque o PT está apoiando ele”, afirmou.
O MDB está coligado na chapa de Leite, tendo o vice Gabriel Souza como representante da sigla na candidatura. A escolha veio após fortes discussões entre alas do partido que queriam a candidatura própria e outras que defendiam, desde o início, a coligação com o tucano.
Melo elencou pautas a serem encampadas por Onyx, caso eleito, relacionadas a Porto Alegre, como a segurança, a saúde e, principalmente, o transporte público. Nesse último caso, não só na capital, mas na região Metropolitana, no transporte intermunicipal.
“Bem vindo MDB do bem, MDB ético. São incontáveis as lutas lado a lado. Esse MDB é uma referência para todos nós”, afirmou Onyx, lembrando a eleição de Antônio Britto e da atuação do deputado federal reeleito Osmar Terra, presente no ato, junto ao governo federal.
Voto em Bolsonaro
Dizendo não ser “bolsonarista, mas brasileiro” e que a afronta à democracia não está em Jair Bolsonaro (PL), a quem nunca viu “rasgar a Constituição em quatro anos”, Melo justificou o voto em âmbito federal, fazendo mais críticas a Lula e ao PT. Ele destacou casos que definiu como “censura à imprensa” e criticou decisões do TSE quanto a direitos de resposta na campanha eleitoral.
“Somos MDB, a eleição vai terminar e vamos sentar e conversar. Sempre tivemos divergências. Fiquei calado no primeiro turno. Votei na Simone Tebet, não a condeno, mas repudio a decisão dela (em apoio a Lula)”, revelou.
Demais apoiadores
Patrícia Alba, deputada estadual reeleita, ressaltou que a soma de Melo à campanha vai fazer com que o apoio chegue às bases da sigla. Marido dela, o ex-prefeito de Gravataí, Marco Alba, rechaçou que o grupo seja uma dissidência, dizendo que dissidentes são os que contribuem para um “projeto pessoal de Leite, buscando a presidência da República”.
O deputado estadual Tiago Simon, em uma linha semelhante, criticou Leite por não apoiar Jair Bolsonaro (PL) em âmbito nacional, optando pela neutralidade, que dá margem para a aproximação de aliados de Lula (PT). E afirmou que a ala do partido que apoia Onyx e Bolsonaro é “o verdadeiro MDB”.
Além deles, participaram nomes como o presidente da Câmara de Vereadores da capital, Idenir Cecchim, o vereador de Porto Alegre Cezar Schirmer, o secretário-geral do diretório municipal do MDB da capital, Pablo Melo, além de integrantes do PL, partido de Onyx.