FMI projeta crescimento menor para o Brasil entre 2019 e 2022

Fundo projeta que país deverá encerrar o ano com um crescimento médio de 1,14% do PIB

Crédito: Abicalçados/Divulgação

O Brasil deverá encerrar o ano com um crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,14%, um resultado bem inferior ao que deve ser alcançado por um grupo de 24 países emergentes e também entre 19 nações da América Latina e do Caribe. A estimativa foi feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Entre os 24 países que servem de referência para o MSCI Emerging Markets Index, o PIB brasileiro ficou na 18ª posição no período entre 2019 e 2022. Já na comparação com as 19 economias da América Latina e do Caribe, o Brasil alcança o 12° lugar.

No caso dos 24 países que fazem parte do índice MSCI de emergentes, a China alcança a primeira posição, contabilizando um avanço médio do PIB de 4,84% no mesmo período de análise. O Brasil apenas superou o desempenho de Kuwait, México, República Tcheca, Catar, África do Sul e Tailândia.

Entre os fatores que justificam o baixo desempenho brasileiro, segundo analistas, é a desarmonia entre as políticas fiscal e monetária a partir de 2021, com o abandono do teto de gastos.

A economia brasileira deverá crescer mais que o inicialmente previsto este ano. Entretanto, em 2023 haverá uma desaceleração. A estimativa é da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), ao apontar que o Produto Interno Bruto terá um crescimento de 2,6%, caindo para 1% em 2023, no mesmo ritmo da Argentina.

A economia da região, conforme a comissão, se expandirá 3,2% este ano, contra previsão anterior de 2,7%. Para 2023, o crescimento ficará em apenas 1,4%, acima da estimativa brasileira. Na América do Sul, o Brasil só deverá registrar desempenho melhor que o Chile, cuja economia deverá se expandir 0,9% no próximo ano.

FATORES

De acordo com a Cepal, dois fatores contribuirão para a desaceleração econômica da América Latina e do Caribe no próximo ano. O primeiro é a guerra entre Rússia e Ucrânia, que afeta negativamente o crescimento global e acentua as pressões sobre a inflação, a volatilidade no mercado internacional e os custos financeiros.

O segundo fator responsável por prejudicar a economia da região são os aumentos de juros por parte dos bancos centrais de economias avançadas, que prejudica o fluxo de capitais aos países emergentes. Segundo a Cepal, o aperto monetário em países desenvolvidos provoca a desvalorização das moedas latino-americanas e caribenhas e encarece os financiamentos aos países da região.

“Embora se espere que esse processo [aumento de juros] termine em 2023, na medida em que as expectativas de inflação se ancorem em vários países, os efeitos dessa política restritiva sobre o consumo privado e o investimento estarão presentes”, destacou a Cepal em comunicado.