Percentual de famílias com conta em atraso tem nova queda, aponta Fecomércio-RS

Cartão de crédito segue como sendo o tipo de endividamento mais comum entre as famílias

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O volume de famílias endividadas caiu 1,1 ponto percentual em setembro, comparado com o mês anterior, mas cresceu 12,2 pontos percentuais comparado com igual período de 2021. A informação faz parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos (PEIC-RS), divulgada pela Fecomércio-RS, e registrou um percentual de famílias endividadas de 94,1%, contra 81,9% em setembro do ano passado e 95,2% em agosto passado.

A queda do percentual de famílias endividadas em setembro, comparada com o mês anterior, veio depois de dois meses de alta. Enquanto entre as famílias com renda inferior a 10 salários minimos houve redução do percentual de endividados (de 96,2% em ago/22 para 94,5% em set/22), esse percentual se elevou entre as famílias de renda mais alta (de 90,9% em ago/22 para 92,5% em set/22).

O percentual de famílias que se avalia como muito endividada apresentou um recuo passando de 18,8% em ago/22 para 17,7% em set/22. Todavia houve aumento de 1 ponto percentual na renda comprometida com o pagamento de dívidas de agosto para setembro, alcançando 21,9% do total da renda. O cartão de crédito segue como sendo o tipo de endividamento mais comum entre as famílias.

A pesquisa trouxe um novo recuo no percentual de famílias com contas em atraso, que alcançou 37,8% em set/22, valor ainda muito alto caso comparado com o verificado em set/21 (22,8%). O tempo de atraso foi, em média, de 39,8 dias, apresentando também redução na margem.

Entre as razões que poderiam justificar a queda tanto no percentual de famílias endividadas quanto no percentual de famílias com contas em atraso, está a continuidade da retomada do mercado de trabalho e de diversas medidas adotadas pelo Governo Federal no segundo semestre, tanto para redução de preços específicos (abrindo espaço no orçamento das famílias) quanto para as medidas de suporte à renda.

“Os percentuais de famílias com dívidas e com contas em atraso permanecem elevados, mas o segundo recuo consecutivo no percentual de famílias em situação de inadimplência é sem dúvida uma boa notícia, em especial nesse período do ano tão importante para o varejo e para muitos serviços”, completou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.

Ainda de acordo a pesquisa, não terão condições de pagar nenhuma das suas dívidas em atraso permanecem em 2,5% do total de entrevistados – 3,6% dos casos nas famílias que ganham até 10 salários mínimos, enquanto entre as com renda superior a 10 salários mínimos foi de 0,0%.