Um grupo de motoboys protestou, no fim da tarde desta segunda-feira, em frente à sede da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), na avenida Ipiranga, em Porto Alegre. A mobilização da categoria ocorreu após um motoboy ter sido supostamente agredido por um agente da EPTC, que apreendeu o ciclomotor durante uma abordagem da Operação Duas Rodas. De acordo com os manifestantes, o proprietário ainda não recuperou o veículo.
A EPTC alega que o motorista não aceitou o recolhimento, e a moto teve que ser colocada no guincho pelos agentes, com o acompanhamento da Brigada Militar, que participou da operação. Ainda segundo o agente, o ciclomotor não tinha registro e condutor não era habilitado.
O grupo busca um diálogo junto com a administração da EPTC para apresentar uma série de reivindicações, incluindo mais respeito em ações de fiscalização. A manifestação contou ainda com representantes de entidades, como o Sindimoto.
O grupo deixou o local no início da noite. Após um pedido de garantias de que não ocorram mais represálias, com blitz e multas, os motoboys desocuparam a rua João Neves da Fontoura. Às 19h40min, deram início a um buzinaço pela avenida Ipiranga, escoltados pela Brigada Militar. Antes, prometeram mais um ato, dessa vez para falar com o prefeito da capital, Sebastião Melo.
O que disse a EPTC
Em nota, a EPTC informou que o diretor-presidente, Paulo Ramires, e o diretor de Operações, Cirilo Fae, receberam os representantes de motofretistas “para ampliar o diálogo e escutar as demandas da categoria”. O órgão de trânsito salienta que “não concorda com nenhuma atitude violenta, que a denúncia está em análise na empresa e também existe uma investigação conduzida pela Polícia Civil”.
Ainda conforme o comunicado, ficou acordado que serão “ampliadas ainda mais” as ações de educação para o trânsito na capital e que, em contrapartida, a categoria “se comprometeu a organizar formalmente a demanda e trabalhar em conjunto com a EPTC em campanhas para reduzir o número de acidentes”.
Polícia investiga ataque
Na semana passada, um agente da EPTC relatou que teve a casa cercada e depredada por um grupo de motoboys, também em represália a ações da operação Duas Rodas. A 2ª Delegacia da Polícia Civil de Viamão investiga o caso como ameaça de morte e vandalismo.
*Atualizada às 21h10min para inclusão de informações
