Com três reduções em 6 meses, preço do gás de cozinha se mantém 25% acima da média internacional

Valor do botijão de 13kg no exterior é estimado em cerca de R$ 39; Petrobras vende o produto para distribuidoras por R$ 49,19

Foto: Edu Garcia/R7

Com a recente redução dos preços da gasolina e do diesel no Brasil, causada pelos cortes de impostos e variações no custo do petróleo no mercado internacional, esses combustíveis já são mais baratos no país do que no exterior. Mas, com o gás de cozinha, a situação é inversa, e o preço se mantém bem acima da média internacional.

Enquanto o valor internacional correspondente a um botijão de 13kg é estimado em cerca de R$ 39, a Petrobras vende o produto para distribuidoras por R$ 49,19, preço 25% superior à referência do mercado externo.

O custo do botijão para o consumidor final varia conforme o estado, mas a média nacional hoje, incluindo impostos e margens das revendas, está em R$ 112,13, conforme acompanhamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Nos últimos seis meses, a Petrobras anunciou três reduções no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), nome oficial do gás de cozinha, na venda para os distribuidores. Em 9 de abril, o custo médio do botijão saiu de R$ 58,21 para R$ 54,94. Depois, em 13 de setembro, caiu para R$ 52,34 e, no dia 23 de setembro, chegou aos atuais R$ 49,19. Mesmo assim, esse valor continua bem acima do que é praticado em todo o mundo.

Essa situação afeta diretamente o bolso das camadas mais pobres da população. O presidente Jair Bolsonaro reitera que o governo federal agiu ao zerar os impostos que aplica sobre os combustíveis, e que a alta dos preços se deve às tarifas cobradas por Estados e municípios, entre a chegada do insumo nas distribuidoras e a casa do consumidor.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina está com defasagem de 10% em relação ao custo internacional, enquanto, no diesel, o valor atual é represado em 13%.

Os preços praticados em outros países são usados como referência para calcular a defasagem diária no custo da gasolina, do diesel e do GLP. Por causa da chamada “paridade internacional”, que estabelece que os preços praticados pela petrolífera no Brasil devem seguir as oscilações do mercado externo, a Petrobras, teoricamente, estabelece os valores dos produtos com base nessas variações.

Questionada sobre os patamares do preço do gás, a Petrobras disse, por meio de nota, que “as cotações publicadas pela Nymex (a bolsa de Nova York) são uma referência de valor para o produto negociado no mercado americano” e que “o valor no mercado brasileiro é resultado do equilíbrio global de oferta e demanda, sendo influenciado, portanto, por outras frentes de suprimento”.

A companhia também afirmou que toma medidas para não repassar “volatilidade” para o mercado nacional, apesar de os dados mostrarem que o custo do gás no Brasil está acima da média internacional desde abril, ou seja, há um semestre.

“A Petrobras reafirma seu compromisso com a prática de preços em equilíbrio com o mercado, sem repassar a volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”, cita a nota.

*Com informações da Agência Estado (AE)