Rússia fala em usar força nuclear apenas se tiver “existência ameaçada”

Chanceler acusou o Ocidente de espalhar especulações

Foto: Reprodução/Twitter

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, rejeitou as especulações sobre possível uso de armas nucleares, dizendo que isso só vai ocorrer se a Rússia enfrentar “morte iminente”. Lavrov disse nesta terça-feira que a doutrina nuclear da Rússia prevê “medidas exclusivamente retaliatórias destinadas a impedir a destruição da Federação Russa como resultado de ataques nucleares diretos ou o uso de outras armas que ameacem a própria existência do Estado russo”.

Falando na televisão estatal russa, a autoridade acusou o Ocidente de espalhar especulações sobre as supostas intenções da Rússia de usar armas nucleares e incitou os EUA e aliados da Casa Branca para “mostrar a máxima responsabilidade em suas declarações” sobre o assunto.

Antes, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou a intenção de usar “todos os meios disponíveis” para proteger o território russo. A declaração repercutiu como uma tentativa de forçar a Ucrânia a interromper a ofensiva para recuperar o controle das quatro regiões que a Rússia absorveu, no início deste mês, depois que os “referendos” orquestrados pelo Kremlin foram rejeitados por Kiev e aliados ocidentais, e considerados uma farsa.

Para Otan, ataques são “sinais de fraqueza”

Já o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse, nesta terça-feira, que os ataques de mísseis feitos pela Rússia em várias cidades da Ucrânia podem ser interpretados como um “sinal de fraqueza”, já que as tropas russas vêm sendo derrotadas, sem conseguir avançar. “A Rússia está realmente perdendo o campo de batalha”, disse o norueguês Jens Stoltenberg. “O jeito que podem responder é por meio de ataques desordenados contra cidades ucranianas, atingindo civis e infraestrutura crítica”, acrescentou.

*Com informações das Agências Estado (AE) e France Presse (AFP)