Ataques a Kiev foram “escalada inaceitável da guerra”, considera Guterres, da ONU

Bombardeios deixaram ao menos 11 mortos e 89 feridos em cidades ucranianas, nesta segunda-feira

Após os ataques da Rússia a Kiev e outras cidades ucranianas, nesta segunda-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, se disse “profundamente chocado” com os bombardeios e que os ataques constituem “outra escalada inaceitável da guerra, com os civis, como sempre, pagando o preço mais alto”.

Nas últimas horas, a capital ucraniana, Kiev, e outras regiões do país foram alvos de mísseis de larga escala de Moscou. Ao menos 11 pessoas morreram e 89 ficaram feridas. Os ataques foram realizados em represália a uma explosão que destruiu parcialmente a estratégica ponte da Crimeia, no fim de semana.

Outros líderes, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da França, Emmanuel Macron, também se pronunciaram. O Reino Unido chamou os bombardeios de “inaceitáveis”. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, também condenou o que chamou de “horríveis e indiscriminados” ataques.

Nesta terça, o G7 vai realizar uma cúpula de emergência, a pedido do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para discutir o que já pode ser considerado a maior campanha de ataques na Ucrânia em meses. As explosões coincidem com uma reunião do Conselho de Segurança do presidente russo, Vladimir Putin, convocada após a explosão na ponte de Kerch.

O Exército ucraniano informou que as forças russas dispararam 75 mísseis contra cidades de todo país, em uma série de ataques que incluíram o uso de drones iranianos lançados de Belarus. O último bombardeio contra a capital ucraniana havia ocorrido em fim de junho. “Ataques maciços com armas de alta precisão de longo alcance foram realizados contra a infraestrutura de energia, militar e de comunicações da Ucrânia”, declarou Putin no início do Conselho de Segurança, segundo imagens transmitidas pela televisão.

O chefe do Kremlin prometeu respostas “severas” em caso de novos ataques. Já o número dois do Conselho de Segurança, o ex-presidente Dmitri Medvedev, assegurou que os bombardeiros eram “o primeiro episódio” e exigiu o “desmantelamento total” do poder político ucraniano.