Lira promete votar projeto que mira institutos de pesquisa na próxima semana

Proposta pretende criminalizar órgãos que errarem nas previsões

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na manhã desta quinta-feira que pretende pautar na próxima semana o projeto de lei que trata da atuação de institutos de pesquisa e pune essas empresas por eventuais erros na previsão dos resultados das eleições.

“Hoje, pesquisa perdeu credibilidade. A gente não pode usar a mesma metodologia e ter resultados tão díspares”, disse Lira em entrevista no Palácio da Alvorada, onde se reuniu com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e parlamentares reeleitos da base aliada.

O projeto de lei ainda vai ser apresentado pelo líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR). Ele convocou uma coletiva de imprensa para a tarde desta quinta, em que deve detalhar a proposta. Barros já afirmou que vai sugerir a criminalização de pesquisas que não correspondam ao resultado das eleições ou que fiquem fora da margem de erro.

Há outra iniciativa que mira a criminalização desses institutos no Congresso Nacional: nessa quarta, 27 senadores apoiaram o requerimento para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os institutos de pesquisa — número suficiente para a instalação do grupo.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) é o autor do pedido e deve entregá-lo ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda nesta quinta. Cabe ao presidente do Senado a leitura do requerimento em plenário para a criação da CPI.

Enquanto isso, o ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou que ingressou com uma representação para que a Polícia Federal apure a atuação dos institutos de pesquisa. Perguntado sobre o tema, ele não especificou quais órgãos serão alvo de inquérito.

Fusão com União Brasil

Arthur Lira confirmou que o PP negocia a fusão e, “com mais força”, a formação de uma federação com o União Brasil. “No nosso caso, é mais pelo posicionamento político mesmo. A legislação que nós aprovamos em 2017, o objetivo principal dela, com os efeitos colaterais bons e ruins, é a diminuição dos partidos políticos”, alegou.

Para ele, a junção das legendas é benéfica. “Você dá ao eleitor brasileiro capacidade maior de avaliar como cada partido pensa e o que representa, até para que a gente possa, no futuro, fazer uma evolução para o que eu defendo, que é o semipresidencialismo em 2030.”