A Justiça de Novo Hamburgo tornou Aristides Braga, de 26 anos, réu pelos crimes de racismo qualificado e ameaças, nesta terça-feira. De acordo com as investigações da Polícia Civil, o morador do Vale dos Sinos proferiu, através de redes sociais, ofensas racistas e ameaças contra a vida de um ativista de Direitos Humanos brasileiro, negro e homossexual, que mora nos Estados Unidos. Ele nega os crimes.
A delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre, declarou à Rádio Guaíba que o acusado integra uma rede de jogos que dissemina a cultura neonazista. Segundo ela, para fazer parte da comunidade virtual, jovens são ordenados a cumprir ‘desafios’ como, por exemplo, fazer cortes no formato de símbolos nazistas pelo corpo.
“É uma rede de jogos em que, além da diversão, eles fazem diversas postagens de cunho misógino e racista. Verificamos que, para entrar nestes grupos, muitas vezes os jovens devem cumprir uma série de desafios, usando estiletes para fazer marcas no corpo e vídeos de sexo com animais”, informou a delegada. “É um grupo que reúne jovens do Brasil inteiro, e as postagens são feitas, geralmente, de madrugada”, complementou.
Segundo ela, Aristides Braga também é investigado por ataques racistas contra o ator Douglas Silva. O acusado se defende alegando que teve as redes sociais atacadas por um hacker.