Mourão classifica ‘onda bolsonarista’ entre eleitos ao Congresso como “nova força”

Atual vice-presidente da República será senador pelo Rio Grande do Sul

Foto: Guilherme Almeida/Correio do Povo

O senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão (Republicanos), classificou a onda bolsonarista entre os vencedores da corrida ao Congresso Nacional como “uma nova força que está chegando”. Em entrevista à Rádio Guaíba, nesta segunda-feira (3), o político que recebeu 2.593.294 votos no domingo disse acreditar que o número de apoiadores do atual presidente eleitos ao Senado vai aumentar o vigor da Casa.

“O que eu vejo é que há uma falta de renovação na política brasileira. Nós precisamos disso. O PSDB, por exemplo, não se renovou. A única liderança jovem do partido é o candidato ao governo do Rio Grande do Sul [Eduardo Leite]. É um partido que se perdeu no processo. Se você tirar o Lula, quem o PT oferece para ganhar a Eleição? Ninguém. E eles perderiam, fatalmente, para o Bolsonaro”, opina Mourão.

Dos 27 senadores eleitos no domingo, 17 têm vínculo com Jair Bolsonaro (PL). Já oito parlamentares estavam ao lado de Luís Inácio Lula da Silva (PT) na campanha, indicando que a polarização na disputa ao Palácio do Planalto refletiu diretamente nas escolhas aos demais cargos. Foi justamente neste cenário que Mourão ganhou espaço, em um embate direto com o ex-governador gaúcho Olívio Dutra, que teve 2.225.458 votos.

“Vejo muitas vezes no Olívio o peso dos erros cometidos pelo partido. A chegada da Nádia nos fez vencer esta eleição. Tivemos uma inversão em relação ao que diziam as pesquisas. Aqui no Rio Grande do Sul tivemos 1,7 milhão de pessoas que não foram votar. Em nível nacional, 20% do eleitorado não compareceu. Ou seja: no Brasil, o voto é obrigatório mas não é”, argumenta o senador eleito pelo Rio Grande do Sul.

Futuro

Questionado sobre a definição de seu gabinete em Brasília, Mourão declarou que “também” pretende contar com gaúchos em Brasília. “Vou usar um critério técnico, e também vou envolver pessoas do Rio Grande do Sul. Em princípio, devo manter um escritório aqui, para não perder contato com a população, e vou levar gente para Brasília. Me sinto honrado e privilegiado”, ressalta o general da reserva.

O senador eleito dividiu as suas atenções entre a Capital Federal e o Rio Grande do Sul ao longo de toda a campanha, e dará sequência a essa rotina até tomar posse, em fevereiro. Isso porque pretende somar esforços nas Eleições em âmbito nacional – onde acredita que estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais serão decisivos na escolha pelo próximo presidente da República.